Dados do Trabalho
TÍTULO
NECROSE DE CECO POR ISQUEMIA DA ARTERIA MESENTERICA - RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Isquemia aguda advém de oclusão embólica de vasos previamente desobstruídos. As causas cardiogênicas representam 80% dos casos. Êmbolos de origem cardíaca tem menor probabilidade de chegarem à circulação visceral. Assim, eles podem acarretar em situações agudas graves, como isquemia mesentérica secundária à um embolo na artéria mesentérica. A extensão da lesão intestinal varia de acordo com a localização do êmbolo. Um dos principais fatores que corroboram para a embolia, é a manipulação de cateter e fio guia durante o cateterismo que deslocam o material aterotrombótico. Esse trabalho tem como objetivo apresentar o relato de caso de isquemia mesentérica de origem cardiogênica.
RELATO DE CASO
Homem, 58 anos, deu entrada no Hospital de Referência de Araguaína (HRA), com dor abdominal há 1 dia em fossa ilíaca direita (FID) que piora com movimento, associada a vômitos e diarreia. Refere cardiopatia e cateterismo para implantação de prótese biológica de valva mitral recentemente. Ao exame: regular estado geral, FC 104 bpm, hipotenso, abdome flácido e com Sinal de Blumberg presente. Realizada ultrassom de abdome total (USG-AT) que evidenciou apêndice cecal espessado na FID e vesícula biliar com cálculo. Exames laboratoriais com leucocitose e desvio à esquerda. Com o diagnóstico pré-operatório de abdome agudo inflamatório o paciente foi encaminhado ao centro cirúrgico. A laparotomia exploradora evidenciou necrose de ceco, tecido friável com odor fétido e líquido seroso pela cavidade abdominal. Foi realizada colectomia direita seguida de anastomose ileotransversa e drenagem de cavidade.
DISCUSSÃO
A apresentação clínica de isquemia mesentérica varia de acordo com os danos ao intestino e ao tempo de diminuição do fluxo sanguíneo mesentérico. O quadro clínico mais frequente é dor abdominal intensa, difusa, associada à vômitos, diarreia, distensão abdominal e enterorragia. O diagnóstico foi desafiador para a equipe médica, devido à presença de sintomas inespecíficos. Eles podem ser confundidos com outras patologias, o que faz a embolia arterial mesentérica uma patologia de alta mortalidade. Na suspeita diagnóstica, foi considerada a realização do cateterismo prévio para troca valvar recente, que é um fator de risco significativo. Além disso, o paciente apresentava uma clínica característica de isquemia mesentérica. Aos exames laboratoriais apresentava leucocitose, que de acordo com a literatura é uma característica importante. Correlacionando a isquemia extensa com a isquemia de ceco com necrose, a última tem melhor prognóstico. Seu tratamento cirúrgico é menos agressivo, o que reduz complicações pós operatórias acarretando em mínimas taxas de mortalidade. Sendo assim, a melhor conduta é a colectomia da área necrosada com anastomose dos segmentos preservados. Paciente recebeu alta hospitalar no décimo sexto dia de internação, com abdome plano, flácido, indolor a palpação, ruídos hidroaéreos presentes, sem sinais de irritação peritoneal e com recomendação de acompanhamento ambulatorial.
Área
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS
Instituições
UNITPAC - Tocantins - Brasil
Autores
CAROLINE MORAES FEITOSA, MARIA KATARINA DE MORAIS D CAMINHA, CAMILA MONTEIRO DA ROCHA, SABRA MARIELA FERNANDES FALCÃO, ERIC DE OLIVEIRA SOARES JUNIOR, BARBARAH RITA DINIZ ROCHA, LUANA THAIS SILVA FEITOSA