Dados do Trabalho


TÍTULO

APENDICECTOMIA ABERTA VERSUS VIDEOLAPAROSCOPICA NO TRATAMENTO DA APENDICITE AGUDA: COORTE HISTORICA

OBJETIVO

A apendicite aguda é uma afecção que acometerá cerca de 8% da
população ocidental em algum momento da vida. Com um pico de ocorrência
entre os dez e os trinta anos de idade, é considerada a principal causa de
abdome agudo não-traumático nas emergências. Seu tratamento é
essencialmente cirúrgico, havendo evidências de que a intervenção precoce
proporciona melhor prognóstico. No entanto, não há consenso sobre qual das
duas técnicas disponíveis, cirurgia aberta ou videolaparoscopia (VLP),
representa o padrão-ouro, não havendo também diretrizes padronizadas que
indiquem um procedimento em detrimento do outro, de acordo com o perfil do
paciente. Sabendo disso, o objetivo deste estudo foi analisar a casuística de um
hospital de médio porte, comparar os resultados obtidos entre as duas técnicas
e delinear o perfil de pacientes beneficiados por elas.

MÉTODO

Trata-se de um estudo observacional, descritivo e analítico, do tipo
coorte histórica. Foram analisados todos os prontuários de pacientes submetidos
à apendicectomia entre dois de janeiro de 2017 e trinta e um de dezembro de
2017, num hospital de referência no norte do Rio Grande do Sul. A amostra foi
composta por 164 pacientes, cujos dados epidemiológicos, clínicos e cirúrgicos
foram analisados em programa estatístico e compilados em formato de artigo
científico.

RESULTADOS

Dos 164 pacientes analisados, 55,5% eram do sexo masculino, a
média de idade dos pacientes foi de 28,5 anos (+/-15,8), sendo a maioria (26,3%)
com idade entre 21 e 30 anos. 53,7% dos pacientes foram submetidos à
abordagem videolaparoscópica e o restante à técnica aberta. Entre toda a
amostra não ocorreu nenhum óbito, sendo que 86,6% apresentaram apêndices
hiperêmicos e edematosos, ou seja, em fase não complicada, evidenciando a
abordagem precoce bem-sucedida. 13,4% dos pacientes, contudo, não
demonstraram alterações no apêndice cecal. Entre a população feminina, 60,3%
realizou VLP, ao passo que na população masculina, não houve diferenças
significativas no tipo de abordagem. A taxa de complicação pós-operatória geral
foi de 6%, e o tempo de internação foi maior nos pacientes submetidos à cirurgia
aberta.

CONCLUSÕES

Apesar de não haver significância estatística, estudo evidencia
uma tendência na instituição de realizar apendicectomia videolaparoscópica em
pacientes do sexo feminino. Ademais, a abordagem videolaparoscópica
mostrou-se superior à aberta no que tange às taxas de alta hospitalar precoce.
No entanto, na análise realizada, a média de tempo cirúrgico foi menor na
abordagem aberta. Assim, são necessárias análises adicionais para avaliar
detalhadamente os desfechos mencionados e, dessa forma, definir qual o
método de escolha para realizar a apendicectomia.

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

Universidade Federal da Fronteira sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Vinicius Reimer Hillesheim, Gabriel Rodiguero, Andrea Romancini Laet, Ivana Loraine Lindemann, Lucas Duda Schmitz, Juarez Antonio Dal Vesco, Jorge Roberto Marcante Carlotto