Dados do Trabalho


TÍTULO

INCIDENCIA DE SEROMA POS-ABDOMINOPLASTIA

OBJETIVO

Esta revisão sistemática visa abordar e analisar a literatura vigente sobre uma das mais frequentes intercorrências de pacientes submetidos à abdominoplastia, o seroma, relatando os principais fatores relacionados a sua formação e as medidas preventivas para minimiza-lo.

MÉTODO

Um levantamento bibliográfico das bases de dados PubMed, MedLine e Lilacs foi realizado para identificar artigos na área de cirurgia plástica indexados no período de 2010 até 2018, que relataram a incidência de seroma pós-abdominoplastia. Foram utilizados os descritores: “abdominoplastia”, “complicações pós-operatórias” e “seroma”.

RESULTADOS

A abdominoplastia é um procedimento estético que tem como objetivos remodelar o corpo por meio da remoção de tecidos abdominais redundantes, reparar o sistema musculoaponeurótico eliminar cicatrizes prévias, quando possível. Apesar de ser uma cirurgia eletiva, tal ato não está isento das possíveis complicações locais e sistêmicas. Dentre essas, a formação de seroma no pós-operatório é a mais frequente, incidindo de 1% a 57% nos pacientes, com uma média aceita pela maioria dos autores de 10%.
O seroma é uma coleção de exsudato de volume maior que 20 mL, com predomínio de neutrófilos e alta concentração proteica. O diagnóstico é realizado por meio do exame ultrassonográfico, usualmente, entre o 10º e o 20º dia pós-operatório, quando este se manifesta. Os potenciais mecanismos de formação do seroma são a dissecção dos vasos linfáticos, o espaço morto resultante de áreas lesadas, as forças de cisalhamento entre o retalho dermogorduroso e a superfície lisa da fáscia do reto, e a liberação de mediadores inflamatórios após a cirurgia. Ademais, existem fatores predisponentes como obesidade ou grandes perdas ponderais, tabagismo e diabetes.
Para reduzir o alto índice de seroma, algumas medidas têm sido preconizadas, como uso do dreno, selante de fibrina, Progressive Tension Suture (PTS), sutura de Quilting e a preservação da fáscia Scarpa. Dentre os estudos analisados, a taxa de desenvolvimento do seroma na utilização isolada de dreno ou de PTS varia de 2% a 26% e de 0,1% a 4%, respectivamente. Bem como a aplicação do PTS, a preservação da fáscia de Scarpa está associada à redução da probabilidade de formação de seroma pós-abdominoplastia. Todavia, a eficiência de métodos como a sutura de Quilting e o selante de fibrina foi similar ao uso do dreno.
Por fim, associações de procedimentos são feitas buscando um maior grau de satisfação dos pacientes, dentre elas a lipoabdominoplastia. Contudo, a junção dessas técnicas não altera as taxas de seroma pós-operatório em relação a abdominoplastia convencional.

CONCLUSÕES

Perante o exposto, o seroma persiste como a complicação mais frequente no pós-operatório da abdominoplastia. Entretanto, métodos preventivos como o uso de PTS e a preservação da fáscia Scarpa têm sido implementados a fim de diminuir as taxas de ocorrência. Por fim, a associação com a liposucção não interfere na incidência de seroma pós-abdominoplastia.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

ESCS e UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil

Autores

Leonardo Palermo Barbosa, Ana Carolina Hatsuia Ferreira, Carlos Alberto Russi Colette