Dados do Trabalho


TÍTULO

CÂNCER DE CÓLON COM SINAIS E SINTOMAS DE APENDICITE AGUDA

INTRODUÇÃO

O câncer colorretal é o quinto câncer mais diagnosticado no Brasil sendo um tumor que pode ser prevenido. O quadro clínico pode cursar com dor abdominal e massa palpavel. Pode ser diagnosticado com colonoscopia que permite a biópsia. O estadiamento é realizado pelo sistema TNM. A cirurgia é o tratamento primário. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de câncer de cólon diagnosticado no ato operatório para apendicectomia (o tumor cursou com sintomatologia semelhante a da apendicite aguda) e compará-lo com outros trabalhos de mesmo assunto nas bases de dados MEDLINE, LILACS e SciELO.

RELATO DE CASO

O.B.L, masculino, 51 anos, procura o pronto socorro com dor abdominal difusa do tipo pontada, de forte intensidade, que irradia para a fossa ilíaca direita, acompanhada de inapetência, com início há 3 dias. Nega febre, vômitos e diarréia. Refere etilismo, tabagismo e uso de drogas ilícitas. No exame físico o abdome encontrava escavado, doloroso a palpação da fossa ilíaca direita, com presença de plastrão palpável, descompressão brusca positiva. Realizou hemograma com leucocitose; ultrassonografia de abdome que mostrou presença de espessamento das paredes do ceco e do apêndice e presença de líquido livre na cavidade abdominal. Realizou tomografia computadorizada de abdome que identificou espessamento das paredes do ceco e do apêndice com borramento da gordura adjacente, fácil visualização de gânglios do mesocólon, presença de pequena quantidade de líquido livre na cavidade abdominal, sugestivo de apendicite aguda complicada com coleção. Indicado cirurgia de emergência, no intra-operatório foi identificado massa tumoral no ceco invadindo o mesentério e aderida ao ureter direito, com perfuração do apêndice cecal. Realizado colectomia direita com ileo-coloanastomose látero-lateral e linfadenectomia, encaminhado à peça para exame histopatológico (Adenocarcinoma moderadamente diferenciado mucossecretor de ceco, infiltrante até tecido adiposo pericólico, medindo cerca de 7,0 cm em seu maior eixo, Apêndice cecal e margens cirúrgicas livres de neoplasias. Foram dissecados 23 linfonodos, estando todos livres de neoplasia). Paciente evolui bem no pôs operatório, foi estadiado e identificando nódulos no parênquima pulmonar bilateralmente, marcador tumoral CEA 305,6 ng/mL (VR para fumantes: 5 ng/mL), sendo encaminhado para adjuvancia com a oncologia.

DISCUSSÃO

No Brasil, estima-se uma incidencia de 33.000 casos novos de câncer colorretal por ano. Nosso paciente apresentou inicialmente um quadro clínico clássico da apendicite aguda e por isso, recebeu equivocadamente este diagnóstico por ser a causa mais comum de abdome agudo cirúrgico. Embora há muitos trabalhos sobre apendicite aguda e câncer colorretal publicados na literatura científica, os dois temas são abordados de forma independente. Tais dados nos levam a pensar que os quadros de dor abdominal sempre devem levar os diagnósticos diferencias, ja que diversas doenças podem mimetizar o quadro de abdome agudo por apendicite.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Hospital Regional de Presidente Prudente - São Paulo - Brasil

Autores

Helen Brambila Jorge , Paulo Gardenal Teles, Adrielle Andrade Pugas , Marcel Depieri Andrade, Igor Antonio Spilka, Felippe Antônio Góes Scorsioni, Igor Fernando Escanfelli Silva, Renata Gardenal Teles