Dados do Trabalho


TÍTULO

RELAÇAO DO DANO DO NERVO INTERCOSTOBRAQUIAL COM A SINDROME DOLOROSA POS-MASTECTOMIA : UMA REVISAO DA LITERATURA

OBJETIVO

A Síndrome Dolorosa Pós-Mastectomia (SDPM) é uma complicação com incidência significativa e que representa um fator limitante para mulheres mastectomizadas, resultando em um impacto negativo na qualidade de vida. O objetivo do presente estudo é fazer uma revisão da literatura sobre a relação entre a SDPM e a lesão do nervo intercostobraquial (ICB), evidenciando a importância da preservação desse nervo durante a cirurgia.

MÉTODO

Foi realizada busca on-line nas bases de dados Medline-PubMed e Scielo, compreendendo um período de dez anos (2009 a 2019), utilizando-se os seguintes descritores: mastectomia, síndrome dolorosa pós-mastectomia e nervo intercostobraquial.
Foram também consultados livros-textos disponíveis na biblioteca do campus do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).

RESULTADOS

O risco de lesão nervosa durante o ato cirúrgico pode ser semelhante para as operações radicais e conservadoras e está na dependência das alterações anatômicas apresentadas pelo nervo ICB, tanto na localização como em suas ramificações.
A SDPM é definida pela International Association for Study of Pain (IASP) como dor crônica que se inicia após mastectomia ou quadrantectomia, localizada na face anterior do tórax, axila e/ou na metade superior do braço e que persiste por período superior a três meses após a operação. Há diversos fatores que representam fatores de risco para desenvolvimento dessa síndrome, como idade jovem, índice de massa corporal elevada, dissecção do linfonodo axilar, tumor com localização súpero-lateral, quimioterapia, radioterapia e variáveis psicossociais.
A técnica cirúrgica de preservação do nervo ICB mostrou-se, em diversos estudos, factível em 72% a 100% dos casos, diminuindo, assim, as alterações de sensibilidade dolorosa do braço.

CONCLUSÕES

Pode-se concluir que o estudo da anatomia do nervo ICB (inserção e ramificações) e sua dissecção da parede torácica lateral para que seja isolado e seu ramo, exposto, levaria à diminuição do número de lesões a esse nervo durante as cirurgias de mastectomia e, consequentemente, evitaria casos de SDPM. Além disso, foi demonstrado em diversos trabalhos que a preservação desse nervo não altera o tempo cirúrgico (leva de 10 a 20 minutos) ou o número de linfonodos dissecados, não representando, portanto, desvantagens.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

UniCEUB - Distrito Federal - Brasil

Autores

Beatriz Pires Paes, Mariana Oliveira Santana, Jordano Pereira Araújo