Dados do Trabalho


TÍTULO

RESPOSTA PATOLOGICA COMPLETA A QUIMIOTERAPIA NEOADJUVANTE DE METASTASES HEPATICAS DE TUMOR DE COLON ASCENDENTE

INTRODUÇÃO

Os tumores colorretais têm alta incidência, sendo a segunda causa de morte relacionada ao câncer nos Estados Unidos. No Brasil, estima-se mais de 36 mil novos casos da doença no ano de 2019. Os sintomas variam com a lesão e incluem sangramentos retais, anemia, alteração no hábito intestinal e dores abdominais. O tipo adenocarcinoma é o mais frequente, sendo sua forma mucinosa incomum, presente em 4% dos casos, predominando em mulheres, com média de 72 anos. O tratamento preferencial é cirúrgico. A quimioterapia neoadjuvante ainda está em investigação, mas se mostra eficaz na redução das lesões e conversão de metástases irressecáveis.

RELATO DE CASO

J.D.M.D, feminino, 57 anos, apresentou quadro de anemia e pesquisa de sangue oculto positivo. Colonoscopia evidenciou lesão úlcero-vegetante em cólon ascendente com biópsia mostrando adenocarcinoma pouco diferenciado e mucinoso. A tomografia computadorizada de abdome mostrou nódulo no segmento IVb/V e V/VIII adjacente a vesícula biliar e espessamento da parede do cólon ascendente. PET CT confirmou tais lesões, caracterizando-as como hipermetabólicas com envolvimento linfonodal locorregional em cólon ascendente. Paciente foi submetida à quimioterapia de conversão por 2 meses. Ressonância magnética de controle mostrou que a lesão hepática no segmento IVb/V estava inalterada enquanto as lesões do segmento V/VIII e do cólon ascendente não foram visualizadas. PET CT mostrou redução do metabolismo no cólon ascendente e resolução nos nódulos hepáticos, com surgimento de linfonodo hipermetabólicos no espaço portocava. A colonoscopia de controle não mais evidenciou a lesão visualizada. Paciente foi submetida à coletoria direita videolaparoscópica e aenucleação de nódulos hepáticos guiada por ultrassom transoperatório, bem como linfadenectomia portocava, evoluindo sem complicações. O exame anatomopatológico mostrou hiperplasia linfóide reacional sem células neoplásicas em linfonodos retroportais e da artéria hepática. No fígado, havia lagos de mucina desprovidos de células neoplásicas e envoltos por tecido fibroso. No segmento intestinal, foi identificado neoplasia residual composta por lagos de mucinas com raras células neoplásicas sobrenadantes e focos de carcinoma in situ e intramucosos com lagos de mucina alcançando os tecidos moles pericólicos (ypT3N0) sem invasão angiolinfática e 20 linfonodos negativos. A paciente completou a quimioterapia adjuvante.

DISCUSSÃO

As metástases hepáticas de tumores colônicos são comuns e se relacionam com menor tempo de sobrevida e maior mortalidade. Apenas 15-25% dos casos apresentam possibilidade de metastasectomia radical primária e ainda se relacionam a risco de 75% de regressão. Embora a quimioterapia neoadjvunte para esses casos ainda não esteja estabelecida, alguns estudos demonstram sua eficácia para regressão do quadro. O caso relatado se sobressai por conta da resposta patológica completa das lesões hepáticas e clínica completa da lesão colônica.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Universidade de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Pedro Maia Nobre Rocha Saffi, Pedro Paulo Gatto Oliveira Thomé, Paulo Henrique Rodrigues Correia, Rodrigo Carvalho Almada Melo, Eduarda Sabá Cordeiro Oliveira, Juacy Bezerra Oliveira