TÍTULO

SEPARAÇAO DE COMPONENTES NA HERNIA INCISIONAL GIGANTE: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

As hérnias incisionais ocorrem em cerca de 10-11% das laparotomias. São vários os fatores de risco envolvidos: obesidade, idade avançada, desnutrição, laparotomias repetidas, tipos de incisão, cuidados técnicos no fechamento da parede abdominal (qualidade, espessura e resistência dos fios cirúrgicos), infecção pós-operatória da ferida cirúrgica, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica. A técnica de separação de componentes anterior de Ramirez, publicada em 1990 é um método de reconstrução da parede abdominal sem o uso de tela, baseada no aumento da parede abdominal pelo movimento das camadas musculares provocado pela incisão na aponeurose do músculo oblíquo externo. O objetivo do estudo consiste em discutir o caso de uma paciente com hérnia incisional gigante que foi corrigida com a técnica de separação de componentes anterior.

RELATO DE CASO

A.A.S, 58 anos, sexo feminino, admitida com hérnia incisional recidivada gigante há aproximadamente cinco anos. Paciente referia que há 16 anos havia sido submetida a colecistectomia que evoluiu com hérnia incisional. Há cinco anos realizou hernioplastia com tela de Marlex para correção de hérnia incisional, porém evoluiu com uma volumosa hérnia incisional recidivante. A paciente apresentava como comorbidades diabetes mellitus insulino dependente, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e tabagismo. Foi realizada a técnica de pneumoperitôneo progressivo, sendo insuflado entre 500 a 1000 ml/dia de ar em cavidade peritoneal através do cateter percutâneo previamente instalado. Foi realizada hernioplastia sob a técnica de separação de componentes anterior, com posicionamento de tela de Marlex “on lay” e fixação de drenos Portovack no subcutâneo. A paciente foi encaminhada ao Centro de Tratamento Intensivo, onde permaneceu sob cuidados por 04 dias e recebeu alta no sétimo dia pós operatório.

DISCUSSÃO

A correção das hernioplastias incisionais gigantes constitui grande desafio da prática cirúrgica, em virtude das dificuldades técnicas e do alto índice de complicações. A redução forçada destas hérnias pode levar à insuficiência respiratória, síndrome compartimental abdominal ou mesmo, a impossibilidade de se concluir a hernioplastia. A paciente por possuir uma hérnia incisional gigante, foi submetida a hernioplastia utilizando a técnica de separação de componentes anterior utilizando também tela de Marlex para reforçar a parede abdominal anterior. É imprescindível o conhecimento e domínio da técnica de hernioplastia através de separação de componentes entre os médicos cirurgiões, visto que quando bem indicada e adequadamente realizada, a cirurgia traz benefícios inquestionáveis ao paciente e evita reabordagens que poderiam se tornar desnecessárias.