Dados do Trabalho
TÍTULO
PECTUS EXCAVATUM: TECNICA DE RAVITCH VERSUS DE NUSS
OBJETIVO
Pectus excavatum (PE) é a deformidade congênita mais comum da parede torácica, representando 90% delas. Caracterizada pela depressão da parede anterior do tórax. Mais comum em homens, com proporção de 4 a 9:1, e atinge um a oito entre mil nascidos. No Brasil, afeta 22% dos escolares na região centro-oeste, 1,3% na norte e um terço dos casos possui relação familiar.
Ela está associada a diminuição da expansibilidade pulmonar e deslocamento cardíaco, menor capacidade cardiopulmonar e alterações cardíacas, como prolapso valvar, tudo isso devido à compressão esternal. Entre os sintomas há dor torácica, fadiga, dispneia e intolerância ao exercício. Associa-se a diminuição da qualidade de vida devido a estética, principal indicação cirúrgica, gerando sintomas psicocomportamentais que se confundem com os físicos da própria deformidade.
Em 1949 desenvolveu-se a Técnica de Ravitch (TR), que foi o padrão ouro até os anos 90, e consiste em uma cirurgia aberta e altamente invasiva.
Já a Técnica de Nuss (TN), atualmente modificada, é videotoracoscópica e menos agressiva, havendo menores lesões e complicações. Utiliza o princípio que o tórax de um jovem é mais flexível.
Neste contexto, objetivo deste trabalho é comparar estas duas técnicas cirúrgicas por meio de certos aspectos do intraoperatório e do pós operatório, bem como a efetividade correção.
MÉTODO
Realizamos buscas de trabalhos científicos nas plataformas PubMed e Google Acadêmico, utilizando os descritores: pectus excavatum e ravitch versus nuss. Os critérios de inclusão foram: Artigos publicados entre 2014-2019, dos tipos metanálise, revisão sistemática, coorte retrospectiva e transversal quantitativo.
Sendo analisados um total de seis trabalhos científicos e resumidos seus resultados. A metanálise analisou nove estudos observacionais , o transversal quantitativo questionou duzentos e dois pacientes por meio de um questionário de cinco perguntas, a coorte retrospectiva analisou noventa e nove prontuários.
RESULTADOS
Constatou-se que a TN é mais rápida, perde-se menos sangue intraoperatório, gera maior melhora da capacidade pulmonar e menos dor. As duas cirurgias geram o mesmo tempo de estadia hospitalar.
Entretanto, a TN possui mais complicações como hemotórax, pneumotórax e necessidade de nova intervenção, seja para remoção ou recolocação da barra metálica ou recorrência do Pectus Excavatum.
A recorrência da deformidade na TN é em até um ano, não sabendo-se o por quê e ocorre mais em adultos do que em crianças, recomendando-se assim a TR para pacientes com deformidades mais graves
CONCLUSÕES
Embora a TN seja mais atual e menos invasiva, ela possui mais complicações que a TR. Essa deve ser, portanto, ainda considerada uma abordagem válida, baseando-se no perfil da deformidade e cirúrgico do paciente.
Área
CIRURGIA TORÁCICA
Instituições
Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil
Autores
Victor Frota Dias, Dharien Oliveira Correia, João Felipe Carvalho Rodrigues, Lara Poti Nobre, Lucas Nunes Ferreira Andrade, Matheus de Souza Mendes, Israel Lopes de Medeiros