Dados do Trabalho
TÍTULO
SINDROME DE MIRIZZI - PATOLOGIA RARA DE DIFICIL DIAGNOSTICO
INTRODUÇÃO
A síndrome de Mirizzi se caracteriza por uma rara obstrução do ducto hepático comum decorrente de um cálculo posicionado no ducto cístico ou no infundíbulo da vesícula, sendo associada a colelitíases crônicas. Por ser uma ocorrência rara que provoca inflamação e dificulta o reconhecimento cirúrgico de estruturas importante, seu relato torna-se importante para a literatura.
RELATO DE CASO
Paciente foi internada por suspeita de colelitíase apresentando dor em epigástrio com irradiação para hipocôndrio direito, icterícia, náuseas, vômitos e constipação intestinal. Nega febre ou colúria. Ao exame físico apresentava abdome plano, com sinal de Murphy presente. Em diversos momentos havia índices alterados de bilirrubinas total, direta e indireta, fosfatase alcalina, GGT, TGO, TGP. Em ultrassonografia, apresentava-se vesícula com dimensões preservadas preenchida por múltiplos cálculos, inclusive em bolsa de Hartmann e ducto cístico, que provocavam compressão e dilatação de ducto hepático comum mas preservando ducto colédoco. A colangioressonância, por outro lado, descrevia um cálculo em ducto hepático comum e descartava malignidade ou anomalia dos vasos. Após a realização da colangioRM, a paciente começou a apresentar febre, calafrios e colúria. Em CPRE, foi descrito cálculo de 2 cm em interior do cístico porém não foi possível progredir com o fio-guia para via biliar intra-hepática. Optou-se por realizar colecistectomia laparoscópica, mas, pelo sangramento excessivo e fragilidade da vesícula, foi optada por colecistectomia a Torek. Paciente foi mantida internada até retirada do dreno túbulo laminar apresentando quadro de febre que se resolveu antes da alta.
DISCUSSÃO
A síndrome de Mirizzi é de difícil diagnóstico, sendo muitas vezes reconhecida apenas no ato cirúrgico embora o sucesso do tratamento seja facilitado com o diagnóstico prévio, uma vez que a abordagem cirúrgica se altera em relação a outras afecções benignas litisiáticas. O caso, que se caracteriza por um tipo 1 na escala de Csendes (não possuindo fístula colecistobiliar ou colecistoentérica), demonstra achados típicos do exame físico, de exames laboratoriais e exames de imagem capazes de auxiliar no manejo da patologia.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
Universidade de Brasília - Distrito Federal - Brasil
Autores
Matheus dos Santos Sanches