Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO NAO OPERATORIO DE LESAO PERFURANTE EM VEIA CAVA INFERIOR RETRO-HEPATICA: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Um dos maiores desafios nos atendimentos de politraumatizados envolve o trauma vascular de estruturas do abdome, retroperitôneo e pelve. A alta complexidade na abordagem desses casos envolve a dificuldade de obtenção imediata do controle proximal das estruturas e exposição adequada no campo cirúrgico, além das grandes chances de isquemia crítica dos órgãos associados. No passado, em lesões abdominais perfurantes frequentemente era mandatória a realização de laparotomia exploradora, hoje com a evolução dos métodos de diagnóstico por imagem, dos tratamentos minimamente invasivos e da monitorização dos pacientes críticos, os protocolos de atendimento aos politraumatizados vem sofrendo modificações. Aproximadamente 25% dos traumas perfurantes abdominais podem ser tratados de forma conservadora em centros com condições apropriadas de monitorização do paciente. As lesões de veia cava inferior retro-hepática são complexas e com elevada taxa de mortalidade associada.
RELATO DE CASO
Trata-se de paciente de 23 anos, internado no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Público Regional de Betim, vítima de múltiplas perfurações por arma de fogo em face, tórax e abdome. Paciente encontrava-se hemodinamicamente estável e apresentava orifício importante em região paravertebral à esquerda. Foi realizada Tomografia Computadorizada (TC) que identificou trajeto transfixante de veia cava inferior retro-hepática com falha no enchimento de veia hepática média associada a moderado hematoma em retroperitôneo, TRM lombar com fratura de L1 e acometimento de canal medular. Paciente manteve quadro de estabilidade hemodinâmica, não apresentou sinais de sangramentos ativos e ausência de expansão de hematoma em retroperitôneo sendo optado por tratamento não operatório. Paciente permaneceu internado no Hospital Publico Regional de Betim aos cuidados da cirurgia geral por treze dias mantendo quadro de estabilidade hemodinâmica sem intercorrências. Recebeu alta com acompanhamento ambulatorial da Cirurgia Geral, Neurocirurgia e Ortopedia.
DISCUSSÃO
A opção por tratamento não operatório de pacientes com lesões de estruturas intrabdominais pode ser adotada em centros de referência em trauma, como o Hospital Publico Regional de Betim, que disponibilizam a abordagem cirúrgica em caso de instabilidade hemodinâmica. A lesão de veia cava inferior retro-hepática está associada à elevada mortalidade dos pacientes como mostrado na literatura, principalmente quando associado às laparotomias exploradoras. Os protocolos de atendimento aos politraumatizados estão cada vez mais incorporando tratamentos não operatórios diante do crescimento das possibilidades de monitorização do paciente e de abordagens minimamente invasivas visando à diminuição da mortalidade atrelada às abordagens cirúrgicas de grande porte.
Área
TRAUMA
Instituições
HOSPITAL PUBLICO REGIONAL DE - Minas Gerais - Brasil
Autores
CRISTINA OLIVEIRA RIBEIRO, JESSICA GOMES BALDOINO ARAUJO, RODRIGO MUZZI DE OLIVEIRA SAFE, LUÍS FERNANDO MAGALHÃES NEVES, LEONARDO LANNI DE OLIVERA, GABRIELA AMARAL NEGREIROS, YASMINE MARILIA PFEILSTICKER SOARES DE MELO, IAN RODRIGUES CALDEIRA