Dados do Trabalho


TÍTULO

FEBRE AMARELA + COLECISTITE ALITIASICA

INTRODUÇÃO

Proposto a discussão do caso de um paciente portador de febre amarela associada a colecistite alitiásica. A colecistite alitiásica ocorre devido a uma inflamação na parede da vesícula sem a presença de um cálculo. Tem progressão mais rápida e frequentemente evolui para gangrena, empiema ou perfuração. Ocorre em pessoas idosas ou em estado crítico após trauma, queimaduras, nutrição parenteral de longa data, cirurgias extensas, sepses, ventilação com pressão positiva e a terapia com opióides também parece estar envolvida. A febre amarela é uma doença infecciosa não contagiosa causada por um vírus do gênero Flavivirus da família Flaviviridae. A doença é endêmica nas áreas de florestas tropicais da América do Sul e da África e pode ocorrer sob a forma de surtos e epidemias.

RELATO DE CASO

GVM, 21 anos, sexo masculino, com quadro de febre (38,5°C), mialgia difusa, dor em hipocôndrio direito, náuseas, vômitos, hiporexia, prurido e exantema corporal a 5 dias. Sem viagens a áreas de mata ou alagadas, assim como etilismo. Ictérico, estável hemodinamicamente e sinal de Murphy negativo. Sem outras alterações ao exame físico.
A ultrassonografia abdominal e a colangioressonância nuclear magnética diagnosticaram colecistite alitiásica sem dilatação de vias biliares ou cálculos e sem fatores obstrutivos. Na avaliação da infectologia, foram solicitadas sorologias para febre amarela e dengue e realizado o tratamento clínico com antibióticos. Evoluiu com melhora da icterícia e da dor, porém mantendo febre por 2 semanas e sorologia positiva para febre amarela. Após 72 horas sem febre o paciente recebeu alta.

DISCUSSÃO

Apresenta-se o caso de um paciente com colecistite alitiasica durante o curso de febre amarela, relação não usual na literatura. A febre amarela em suas tres formas, pode elevar enzimas hepaticas, causar ictericia, dor abdominal e vomitos. Porem, colecistite alitiasica não faz parte do seu quadro clinico. Ela cursa com necrose médio-zonal dos hepatócitos sem lesar diretamente a vesicula. Assim, conclui-se que o quadro de colecistite alitiasica provavelmente ocorreu por inflamação de contiguidade e não pelo virus propriamente.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

PUC SOROCABA - São Paulo - Brasil

Autores

TALES BARIONE REGINALDO, TAUANY TORRES, PEDRO VICTOR CALVO SALLES, DEBORA LAENA BARROSO SACOMAN, VICTOR GONÇALVES DE LIMA, VITOR HERNANDES LOPES, JOSE MAURO DA SILVA RODRIGUES