Dados do Trabalho
TÍTULO
RELATO DE CASO: COLANGIOCARCINOMA
INTRODUÇÃO
Os colangiocarcinomas originam-se de células epiteliais dos ductos biliares intra-hepáticos (menos de 10% dos casos) e extra-hepáticos. Esses tumores são responsáveis por cerca de 3% das malignidades gastrointestinais. A incidência é ligeiramente maior em homens, por volta de 50 a 70 anos de idade. Entre os fatores de risco estão colangite esclerosante primária, anormalidades congênitas da árvore biliar, doença hepática crônica, colelitíase, colecistite, diabetes mellitus e síndrome metabólica. A maioria dos colangiocarcinomas (> 90%) são adenocarcinomas, sendo o carcinoma de células escamosas responsável pela maioria dos casos restantes.
RELATO DE CASO
R.V.S.P., sexo feminino, 44 anos, diabética e hipertensa, realizou ultrassonografia de abdome superior em abril de 2018 para investigação de náuseas persistentes. O exame evidenciou formação expansiva hiperecogênica e heterogênea, nos seguimentos VII e VIII hepáticos, medindo 9,6x4,9cm. Realizou, então, ressonância magnética de abdome superior com contraste, que mostrou massa lobulada no lobo direito do fígado com realce irregular, heterogêneo e predominantemente periférico ao meio de contraste, medindo cerca de 9,2x7,4cm, sugerindo adenoma hepático. Dosagem de marcadores tumorais apresentou valores de CA125 de 91,1; CEA de 0,5 e Alfafetoproteina de 1,57. Na admissão em nosso serviço, encontrava-se em bom estado geral, queixando-se de náuseas e plenitude pós prandial, sem anormalidades no exame físico. Foi submetida a hepatectomia parcial a direita e colecistectomia no dia 12/07/2018, apresentou sangramento importante no intra-operatório, evoluindo com choque hipovolêmico responsivo a volume. Paciente permaneceu com dreno de sucção apresentando saída de com conteúdo biliosoa durante os 10 primeiros dias pós-operatórios, sendo retirado após realização de USG de abdome, o qual afastou presença de coleções abdominais. A biópsia da peça cirúrgica evidenciou Adenocarcinoma pouco diferenciado infiltrando parênquima hepático, e imuno-histoquimica demonstrou tratar-se de Colangiocarcinoma. Paciente permaneceu por 15 dias em unidade de terapia intensiva e 14 dias em enfermaria cirúrgica de nosso serviço, recebendo alta hospitalar em bom estado geral, afebril, sem queixas álgicas e ferida operatória em bom aspecto.
DISCUSSÃO
Nossa paciente apresentava como único marcado alterado o CA125, um fator positivo, já que a elevação de marcador como prognóstico do colangiocarcinoma intrahepático não é unânime na literatura atual. Segundo a mesma, quanto melhor a função hepática do paciente, melhor o prognóstico. Nossa paciente não apresentava alteração de exames de função hepática. Trabalhos mostram que a reincidência do tumor é de até 2.8 anos, mesmo com cirurgia curativa. A quimioterapia apresenta resultados modestos, não sendo considerada por todos os autores como método curativo.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - Mato Grosso - Brasil
Autores
Wendhy Lopes de Souza Batista, João Bosco Ribeiro Jomah Filho, YANKA PEREIRA ROCHA, Aurelio Abdias Sampaio Ferreira