Dados do Trabalho


TÍTULO

ABDOME AGUDO HEMORRAGICO EM PACIENTE COM ESPLENOMEGALIA EM INVESTIGAÇAO DE SINDROME MIELODISPLASICA

INTRODUÇÃO

O atual relato discute o caso de um paciente em investigação de síndrome mielodisplasica há cerca de dois meses, necessitando de intervenção cirúrgica devido a intensa bicitopenia associado à distensão abdominal e paracentese com líquido sanguinolento. O objetivo do seguinte caso é relatar e discutir a origem do sangramento intra-abdominal, correlacionando com a doença do paciente, hábitos de vida e história clínica.

RELATO DE CASO

JMA, 44 anos, masculino, lavrador, descreveu que há 2 meses vem sentindo dispneia e dores nos membros inferiores. Relatou o uso de tabaco, álcool e “Rebite” (Metanfetamina), e ainda contato crônico com agrotóxicos. Procurou atendimento médico, onde foi constatada uma bicitopenia (plaquetopenia e anemia). Com a equipe de hematologia, iniciou-se investigação para Síndrome Mielodisplásica (SMD), sendo coletada biópsia de medula óssea. Desde então, recebia concentrados de hemácias e plaquetas quase diariamente. Há 1 semana, desenvolveu Neutropenia Febril após uso de Levofloxacino por 14 dias e foi internado aos cuidados da Hematologia. Além da Neutropenia Febril, queixava-se de distensão e dor abdominal difusa, com piora progressiva. Evoluiu com dispneia. Foi realizada uma Tomografia de Abdome sem contraste com visualização de líquido livre em cavidade abdominal. Indicada paracentese, foi retirado 1L de líquido hemático escurecido com melhora da sintomatologia inicial. Porém, seus padrões laboratoriais hematimétricos continuavam baixos, a despeito das inúmeras transfusões sanguíneas que realizara. Outra TC de Abdome foi indicada, desta vez com contraste. Visualizou-se liquido livre em grande quantidade, mas sem lesão de vísceras sólidas e com esplenomegalia. Mantendo o nível hematimétrico em queda, porém estável hemodinamicamente, foi indicada uma Laparotomia Diagnóstica. Realizou-se o procedimento cirúrgico, com a transfusão de Plaquetas no pré, intra e pós-operatório. Durante a cirurgia, verificou-se grande quantidade de líquido intrabdominal (1500mL), de coloração vermelho escurecida (sangramento crônico), além de esplenomegalia com áreas de hematomas em superfície esplênica. Realizou-se esplenectomia, sem intercorrências. Paciente permanece em UTI, estável, com melhora laboratorial e a ferida operatória apresenta bom aspecto.

DISCUSSÃO

Paciente com queixa inicial de dispneia e astenia há 2 meses. Evolui com piora do quadro com distensão abdominal, dispneia e acentuada bicitopenia. Tomografia de abdome com laudo sugerindo esplenomegalia e paracentese de alívio com líquido hemático em cavidade abdominal levando a indicação cirúrgica. Encontrou-se esplenomegalia com áreas de hematomas em sua superfície, sendo realizada esplenectomia. Paciente segue em cuidados intensivos com melhora parcial do quadro. Trata-se de paciente estável com SMD e sangramento na cavidade abdominal, por ruptura espontânea de hematomas em baço de grande volume.

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

PUC SOROCABA - São Paulo - Brasil

Autores

PEDRO VICTOR CALVO SALLES, TALES BARIONE REGINALDO, TAUANY TORRES, DEBORA LAENA BARROSO SACOMAN, VICTOR GONÇALVES DE LIMA, VITOR HERNANDES LOPES, JOSE MAURO DA SILVA RODRIGUES