Dados do Trabalho


TÍTULO

MELANONA VAGINAL INVASOR EM PACIENTE POS-MENOPAUSA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A importância de relatar este caso de melanoma vaginal invasor adveio da necessidade de considerar dentre as causas de sangramento vaginal, causas remotas e que nem sempre são cogitadas dentre os diagnósticos diferenciais para o sinal apresentado. Os melanomas são neoplasias agressivas que tem origem na transformação maligna dos melanócitos. Constituem uma doença fenotípica e microscopicamente heterogênea que podem ter origem cutânea, uveal e mucosa. Apresentam entre si diferentes cursos clínicos, perfis de mutações e fatores de risco.

RELATO DE CASO

Paciente feminino, 62 anos, multípara G4P3A1, menarca aos 13 anos, coitarca aos 18 anos, última menstruação aos 49 anos. Último COT realizado em 2016. Hipertensa, com história prévia de cesariana e polipectomia uterina.
Iniciou em março de 2018, quadro de corrimento vaginal aquoso ocasionalmente apresentando estrias de sangue, sem odor, negou dor abdominal ou pélvica, negou dispareunia. Buscou atendimento no ambulatório de Ginecologia do Hucam, onde foi realizado exame especular parede vaginal apresentando múltiplas manchas enegrecidas difusas de variados tamanhos, friáveis. Colo posterior com orifício fechado sem corrimento aparente. Coletado COT em 27/04/2018 que evidenciou ASC-H com flora escassa e indefinida; realizada de biópsia de placas de 27/04 apresentou Melanoma in situ com margens cirúrgicas laterais comprometidas. Encaminhada ao ambulatório de Oncologia Ginecológica, solicitado exame anatomopatológico em 17/07 evidenciou lesão vegetante enegrecida em mucosa uretral , com manchas enegrecidas por toda parede vaginal que se estende até o colo uterino, friáveis com sangramento leve associado. Conclusão: Melanoma maligno intraepitelial. Diante disso, foram propostas histerectomia total tipo I, colpectomia total, anexectomia esquerda, vulvectomia radical e uretrectomia com reconstrução a Mitrofanoff realizados em 27/08. Exame anatomopatológico de 28/08 evidenciou melanoma invasivo de células epitelioides com 55 mm em todos os espécimes, componente in situ extenso, útero miomatoso, margens, uretra e linfonodo sentinela livres de lesão. Paciente com boa evolução pós-operatória, sem intercorrências.

DISCUSSÃO

Trata-se de uma neoplasia pouco frequente e de localização ainda mais rara que pode facilmente ser confundida com outras causas de sangramento vaginal e requer inicialmente a realização do exame especular para visualização da lesão e coleta do espécime para a biópsia. A idade da paciente desse caso corrobora com a idade em que essa neoplasia é mais frequentemente observada que é no período pós-menopausal. Contudo o quadro clínico só apresenta dois dos sinais e sintomas mais comuns, nesse caso, sangramento e corrimento vaginais, estavam ausentes massa palpável ao exame ginecológico e a dor, portanto, pode apresentar-se com uma clínica mais sutil e que pode ser pouco valorizada pelo paciente, passando despercebida.

Área

GINECOLOGIA

Instituições

UFES - Espírito Santo - Brasil

Autores

ALOISIO VIEIRA SILVA, BEATRIZ DE JESUS FURTADO BATALHA, ALEX BRUNO DE CARVALHO LEITE, NATALIA REIS DE SÁ, TAYANA AGOSTINHO AYUB