Dados do Trabalho
TÍTULO
RELATO DE CASO: GASTRECTOMIA PARCIAL COMO CORREÇAO DE FISTULA GASTRICA.
INTRODUÇÃO
Fístulas gástricas são canais de comunicação entre o estômago cavidade abdominal, vísceras ocas intra-abdominais ou com a pele. Geralmente são decorrentes de complicações cirúrgicas, podendo ocorrer também por processos patológicos em evolução. O trabalho tem como objetivo de descrever um caso específico de fístula pós-traumática, focado no tratamento e recuperação pós-operatória.
RELATO DE CASO
Paciente ARL, masculino, 21 anos, vítima de PAF submetido laparotomia de urgência com esplenectomia no dia 07/06/2018. Evoluiu no 5º dia pós-operatório com dor abdominal, com necessidade de reabordagem cirúrgica, foi evidenciada lesão gástrica desapercebida sendo realizada ráfia e deixado dreno sentinela em hipocôndrio esquerdo, segundo informações colhidas. Admitido em nosso serviço dia 16/06/18 em unidade de terapia intensiva com deterioração do quadro clinico, pneumonia e piora de exames laboratoriais. Foi avaliado pela equipe cirúrgica no dia 20/06/2018, notado secreção entérica e conteúdo alimentar via ferida operatória, encaminhado ao bloco em urgência. No intra operatório identificado fístula gástrica e secreção em cavidade. Realizada limpeza exaustiva, desbridamento das bordas da lesão, confeccionada gastrostomia, com sonda de foley nº 22 para tratamento da lesão gástrica, e jejunostomia com sonda nasogástrica nº 20 para nutrição. No dia 26/06/2018 paciente evoluiu novamente com dor abdominal e drenagem de secreção em ferida operatória. Foi encaminhado para cirurgia e constatou - se secreção gástrica em cavidade abdominal e nova fístula gástrica, com presença de tecido friável perifistula e sem condições de ressutura. Realizado limpeza exaustiva da cavidade, gastrectomia parcial com ressecção da fístula e troca de sonda de jejunostomia devido a obstrução e mantido o paciente em peritoneostomia. Permaneceu no CTI com reabordagem para limpeza e troca de peritoneostomia a cada 48 horas. No dia 29/06/2017, apresentou secreção purulenta drenada através peritoneostomia, uma nova abordagem mostrou uma fístula entérica, realizou - se enterorrafia, posicionado novo dreno sentinela. No dia 10/07/2018, o paciente foi encaminhado novamente ao bloco cirúrgico onde foi realizado o fechamento da peritoneostomia, utilizado polene 0, e vicryl 1 em apouneurose com pontos alternados. Realizado progressão lenta da dieta. Apresentou boa evolução clínica sendo retirados drenos e alta dia 17/07/2018.
DISCUSSÃO
Fístula gástricas estão relacionadas a alta morbi-mortalidade e são de difícil diagnóstico. Tem como consequência transtornos orgânicos, emocionais e internações prolongadas. Os principais sintomas são febre e taquicardia. A tomografia é o exame de imagem de escolha para o diagnóstico. O mais comum é que ocorram após cirurgias bariátricas, sendo tratadas por endoscopia. O trabalho em questão apresentou uma forma de tratamento alternativo, para um caso de fistula complicada, que mostrou - se eficiente, sendo uma opção para casos recidivados e com impossibilidade de rafia primária.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
FUNAM - Minas Gerais - Brasil
Autores
André Guimarães Castro, João Ricardo Carvalho de Matos, Franco Fernandes Neto, Edson Antonacci Junior, Diego Carvalho Gomes , Carell Peres Marra, Luiz Antônio Araujo Junior, Diogo Ribeiro Borges