Dados do Trabalho


TÍTULO

CISTO MUCINOSO DE BAÇO

INTRODUÇÃO

O cisto esplênico é uma entidade clínica e patológica rara. É mais comumente encontrado no sexo feminino entre a segunda e quarta décadas de vida. É classificado como cisto primário ou verdadeiro (quando possui revestimento epitelial) ou como secundário ou pseudocisto (quando não possui epitélio).

RELATO DE CASO

V.S.D.S, 23 anos, sexo feminino, solteira, design de sobrancelhas, natural de Petrolina-PE, residente e procedente de Juazeiro-BA, veio ao serviço com queixa de dor e massa palpável em hipocôndrio esquerdo há 2 meses. Negava sintomas associados, fatores de melhora ou piora da dor, comorbidades, alergias, e antecedentes epidemiológicos e familiares relevantes para o caso. Ao exame, apresentava massa palpável em hipocôndrio esquerdo, sem outras alterações. Portava ultrassonografia de abdome que mostrava volumosa massa em baço. Frente ao achado, foi solicitada uma tomografia computadorizada de abdome evidenciou baço com volumosa formação cística em sua porção inferior, medindo cerca de 7,4x8,1centímetros, sem detecção de septos ou nódulos murais associados. A paciente foi submetida à esplenectomia total por laparotomia. Evoluiu com melhora clínica, sem intercorrências, tendo alta hospitalar no segundo dia pós operatório. Resultado do histopatológico revelou tratar-se de um cisto mucinoso de baço.

DISCUSSÃO

Os cistos esplênicos são bastante incomuns. A primeira vez que foram descritos foi em 1829 por Andral através de um cisto não parasitário. A partir dessa data, vários outros autores descreveram relatos de caso envolvendo cistos ao longo dos anos.
Os cistos esplênicos possuem crescimento insidioso, sendo a maioria assintomáticos. No entanto, quando geram sintomas, a dor no quadrante superior esquerdo é o mais comum. A depender do tamanho, geralmente acima de 8 centímetros, podem gerar outros sintomas em virtude da compressão de estruturas adjacentes. Dentre eles destacam-se: náuseas, vômitos, anorexia, perda de peso e refluxo esofagiano (através da compressão gástrica); dispneia, dor pleurítica, atelectasia e infecções respiratórias (pela compressão do hemidiafragma esquerdo); além de sintomas urinários, menos frequentes, pela compressão do rim esquerdo e do sistema pielocalicial ipsilateral.
O exame físico tende a ser normal, podendo, em raras vezes, apresentar massa abdominal palpável, a depender do volume do cisto.
O diagnóstico pode ser realizado através de ultrassonografia de abdome, seja por um achado acidental ou pelos casos de pacientes que apresentem sintomas ou exame físico suspeitos. Na sequência, a tomografia computadorizada pode ser realizada, tendo em vista que apresenta alta acurácia para o diagnóstico.
Diante do aumento do risco de complicações, como roturas, hemorragias e infecções, os cistos esplênicos com diâmetro acima de 4-5 centímetros devem ser submetidos a tratamento cirúrgico. Sendo assim, a laparotomia com esplenectomia tem sido uma das opções de tratamento para muitos casos de cistos esplênicos.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DE JUAZEIRO - Bahia - Brasil

Autores

ALINE ARALDI LAZZERI, LUIS FERNANDO TASCA, LETICIA RAFAELA DE OLIVEIRA FERREIRA