Dados do Trabalho
TÍTULO
ISQUEMIA MESENTERICA POS-TRAUMA: RELATO DE CASO EM HOSPITAL DA BAIXADA FLUMINENSE
INTRODUÇÃO
Isquemia Mesentérica (IM) é uma emergência cirúrgica, doença vascular incomum, com mortalidade alta, caracterizada pelo acometimento de artérias responsáveis pela irrigação mesentérica ou pela drenagem, de lesões tissulares por hipóxia. Trauma oriundo de acidente automobilístico tem alta prevalência em nosso meio e a IM relacionada a ele é bastante incomum. Porém, a IM não diminui sua gravidade, pois se apresenta quadro clínico inespecífico, dificultando diagnóstico e abordagem precoce. O estudo tem como objetivo relatar o caso de Isquemia Mesentérica pós-trauma automobilístico, com atendimento em hospital de referência da Baixada Fluminense – RJ.
RELATO DE CASO
Paciente masculino, 30 anos, vítima de colisão auto x anteparo, deu entrada no serviço pela Cirurgia Geral sem queixas graves, com escoriações, Glasgow 11, sonolento e mobilizando 4 membros. Submetido à rotina de trauma, onde imagens iniciais não evidenciaram alterações. Manteve-se por quase 24h em mesmo padrão clínico: sonolência oscilando com agitação. Avaliado e liberado pela equipe de neurocirurgia. Porém, no momento da alta, apresentou hipotensão postural, taquicardia, sudorese e retenção urinária. Refeita as tomografias com contraste, evidenciando neste momento líquido livre em cavidade abdominal, Peri hepático e esplênico. Levado ao Centro Cirúrgico para Laparotomia Exploratória, necessitando de ressecção do colón direito até 50 cm da válvula ileocecal + ressecção em cunha do ponto necrótico em porção média do colón transverso + confecção de ileostomia e fístula de mucosa + lavagem exaustiva da cavidade, pois havia peritonite e instalado choque séptico. Encaminhado para UTI no pós- operatório, onde se manteve grave, com choque séptico, hipovolemia refratária às aminas, sedado e em ventilação mecânica. Quadro evoluiu para piora nos dias seguintes, não respondendo a terapêutica com Antibióticos, volume e aminas. Evoluiu para 3 Paradas cardio-respitórias, sendo a 3ª sem sucesso na reanimação. Paciente veio a óbito 5 dias após o trauma.
DISCUSSÃO
Percebe-se a gravidade do caso, iniciado com sintomas inespecíficos, com imagens normais durante as primeiras horas, havendo evolução para piora do quadro. Caso de difícil diagnóstico e alta mortalidade (>50%). Portanto, mesmo que incomum, a IM pode ser causada por trauma abdominal fechado. É um grande desafio nas emergências cirúrgicas requerendo rapidez e precisão, onde a identificação precoce do diagnóstico, exames de imagem e a laparotomia são fatores decisivos no prognóstico do paciente, com alto impacto na sua morbi- mortalidade. O estudo visa chamar a atenção das equipes de cirurgia nas emergências para tal diagnóstico e abordagem ao politrauma, evitando assim óbitos por diagnóstico tardio.
Área
TRAUMA
Instituições
Hospital Hospital de Nova Iguaçu - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Gabriel Araújo Ferrari Figueiredo, Erick César Mercês, Fausto Luiz Orsi, Rita Anieli de Paula Rocha, Priscila Garcia de Andrade, Javert do Carmo Azevedo Filho