TÍTULO

TRATAMENTO DA DIABETES MELLITUS TIPO 2: CIRURGIA BARIATRICA. O QUE OS ESTUDOS NOS FALAM?

OBJETIVO

O presente estudo visa demonstrar como a cirurgia bariátrica traz novas perspectivas no controle da Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), além de discutir alterações metabólicas encontradas no pós-operatório dos pacientes diabéticos.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão bibliográfica. Utilizou-se como base de dados Lilacs, Scielo, Pubmed e o The New England Journal of Medicine para pesquisa de artigos científicos originais e artigos de revisão nas línguas Portuguesa e Inglesa com delimitação do tempo entre 2008 a 2017 com os descritores “Diabetes Mellitus”, “Bariatric surgery” e “Obesity”.

RESULTADOS

O tratamento da Diabetes Mellitus tipo 2 com terapias comportamentais (mudanças do estilo de vida) e medicamentosas em longo prazo apresentam, na maioria das vezes, resultados ineficazes na manutenção da glicemia adequada. A cirurgia bariátrica surge como uma nova perspectiva terapêutica, mostrando a maioria dos estudos uma melhoria do controle glicêmico muito além do que seria esperado, atingindo em muitos casos a remissão da DM2. As intervenções cirúrgicas contribuem para o controle da DM2 não apenas através da redução do peso e da melhora da sensibilização à insulina, mas também, pela alteração do perfil hormonal do tubo gastrointestinal. Um estudo realizado por Laferrére et al. (2008) compararam um grupo de pacientes obesos DM2 submetidos ao Bypass gástrico em Y de Roux (RYGB) com outro no qual foi ofertado dieta hipocalórica, além dos medicamentos para tratamento da diabetes. O primeiro foi analisado antes e um mês após o procedimento e o de tratamento clínico antes e após perda de 10 kg. Além da análise da glicose, insulina e glucagon, foram dosados o Peptídeo glucagina-like 1 (GLP-1) e o Peptídeo insulinotrópico glicose-dependente (GIP) em jejum e após estímulo com glicose. O GLP-1 depois da glicose oral aumentou seis vezes, o efeito das incretinas aumentou cinco vezes após a RYGB, mas não após a dieta. O nível de glicose pós-prandial também regrediu mais após a operação. Uma recente revisão sistemática de estudos observacionais e estudos randomizados comparando cirurgia bariátrica com tratamento médico convencional, incluindo doentes obesos (IMC ≥30kg/ m2) e portadores de DM2, demonstrou uma maior eficácia da abordagem cirúrgica em comparação com o tratamento convencional, com uma taxa média de remissão da diabetes de 63,5% versus 15,6% no grupo submetido a tratamento convencional.

CONCLUSÕES

A cirurgia bariátrica constitui uma medida eficiente para perda de peso e redução dos níveis glicêmicos em pacientes diabéticos operados. O desafio para o futuro será a identificação de critérios para selecionar pacientes com indicação para tratamento cirúrgico da Diabetes Mellitus tipo 2, a determinação do melhor momento para se iniciar a terapêutica cirúrgica e o aprimoramento
das técnicas, criando assim, melhores resultados em longo prazo. Os procedimentos que investigam resultados no tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2 ainda necessitam serem mais bem avaliados em novos estudos randomizados.