Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO DE UM PACIENTE PORTADOR DA DEFORMIDADE AURICULAR DE STAHL E SEU RESPECTIVO TRATAMENTO CIRÚRGICO

INTRODUÇÃO

A deformidade denominada orelha de Stahl, conhecido também como cruz antihelics trifurcata foi descrita, em sua forma clássica, como uma hipoplasia da raiz da anti-hélice com o alargamento da base e uma terceira raiz da anti-hélice conectando a anti-hélice à parte posterior da hélice, deformando a porção posterossuperior do pavilhão auditivo. Apresenta-se de forma variável, podendo surgir na forma de uma lâmina extra imperceptível até alargamento da fossa escafóide na região da terceira raiz ou porção terminal em ponta. Em casos mais graves há ausência completa da anti-hélice superior. É mais comum na forma bilateral e em orientais, sendo mais raro em caucasianos.

RELATO DE CASO

Paciente feminino, 34 anos, natural da Venezuela, portadora de orelha de Stahl unilateral. Submetida à correção cirúrgica sob anestesia local, realizando a infiltração das incisões com solução de ropivacaína 1%, lidocaína a 2% e adrenalina, numa proporção 1:200.000. Realizado acesso retroauricular, próximo a borda da hélice, com descolamento para região anterior, possibilitando o desenluvamento da orelha e exposição da terceira cruz. Realizado marcação de triângulo com 0,5 cm de lado com azul, seguido de ressecção do mesmo. Enfraquecimento de terceira cruz que sobrou, após ressecção de triângulo, com raspagem posterior de cartilagem. Junção das pontas do triângulo ressecado com Mononylon 5.0, formando curvatura natural da hélice. Revisou-se hemostasia e síntese da pele com Mononylon 4.0. Ao final, colocou-se molde com silicone de jelco nº 16. O resultado cirúrgico é demonstrado em pós-operatório recente, no qual percebe-se pouca alteração de tamanho da orelha associada à ausência da terceira cruz, e hélice e raiz superior de anti-hélice presentes.

DISCUSSÃO

A correção da deformidade inclui desde o tratamento com moldes anatômicos em recém-nascidos à diversas técnicas cirúrgicas, de simples a mais complexas, como o retalho de periosteal de osso temporal. Foi visto que existe um espectro grande de apresentações clínicas da deformidade auricular em Stahl, fato este, que permite a ausência de uniformidade na técnica a ser utilizada. O caso representa deformidade leve, permitindo o tratamento bem sucedido com técnica pouco complexa, mas resolutiva. A ressecção de triângulos foi utilizada em ambos os casos, permitindo o reparo da hélice e sua curvatura.

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

Faculdade de Medicina Nova Esperança - Paraíba - Brasil

Autores

Ruan César Teixeira de Carvalho, Juliana Ávila Lins Cunha Lima, Flaviana Ribeiro Coutinho Mendonça Furtado, Gabriela Batista Vieira de Sousa, Leonardo Queiroga Marinho