Dados do Trabalho
TÍTULO
ULCERA DUODENAL PERFURADA APOS BYPASS GASTRICO EM Y-DE-ROUX
INTRODUÇÃO
O tratamento da obesidade com o bypass gástrico em Y-de-Roux (BGYR) se tornou muito difundido nos últimos anos. Assim, com sua ampla utilização, é preciso ter conhecimento dos mais diversos tipos de complicação secundárias a este procedimento, inclusive aquelas pouco comuns, porém que são ameaçadoras à vida do paciente.
RELATO DE CASO
W.J.S., masculino, 51 anos, submetido há 5 anos a BGYR videolaparoscópico para tratamento da obesidade, deu entrada no pronto-socorro com quadro de dor abdominal em andar superior de abdome, de forte intensidade e início súbito, associada a náuseas e sudorese, após algumas horas após ter feito uso de bebida alcoólica e de também ter usado AINE nos 3 dias prévios. Negou uso de tabaco. Ao exame, ele se encontrava estável hemodinamicamente, com sinais vitais normais, porém com intensa dor em epigástrio, com sinais de irritação peritoneal.
Foram solicitados exames complementares, os quais demonstraram: Leucócitos: 15.770 (1% bastões), PCR: 1,78 mg/dl; exames de função renal, hepática e eletrólitos sem alterações; tomografia computadorizada de abdome evidenciava distensão de alças de delgado com nível hidroaéreo, porém sem ponto de obstrução; além de pequena quantidade de líquido livre na cavidade peritoneal, sem evidências de pneumoperitônio.
A principal hipótese diagnóstica era de abdome agudo obstrutivo por hérnia interna e foi então indicada laparoscopia diagnóstica de urgência. No intra-operatório, não se observou hérnia interna ou outros sinais de obstrução intestinal. Entretanto, durante o inventário abdominal, notou-se a presença de secreção biliosa em cavidade, extravasada através de uma úlcera duodenal perfurada bloqueada, medindo cerca de 5mm de diâmetro em parede anterior do bulbo duodenal, com peritonite localizada. Foi realizada rafia da úlcera duodenal com epiploplastia e iniciada antibioticoterapia intravenosa – Ceftriaxona + Metronidazol – associada ao uso de Omeprazol 80mg 12/12h. O paciente recebeu alta hospitalar no 3º dia de pós-operatório, em boas condições clínicas.
DISCUSSÃO
Em consequência da ampla utilização do BGYR, suas possíveis complicações devem ser bem estabelecidas e ser bem conhecidas. A úlcera duodenal perfurada, apesar de rara, é uma complicação grave, cujo diagnóstico e tratamento precoces devem ser realizados.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
HOSPITAL MERIDIONAL - Espírito Santo - Brasil
Autores
BRUNA MARTINS PIMENTEL CAPISTRANO, PAULO HENRIQUE OLIVEIRA SOUZA, DUÍLIO EUTRÓPIO NETO, ALBERTO BUGE STEIN, GUSTAVO PEIXOTO SOARES MIGUEL, ISAAC WALKER ABREU