TÍTULO

Relato de caso: leiomioma de terço distal do esôfago abordado cirurgicamente

INTRODUÇÃO

Leiomiomas esofágicos são a neoplasia benigna mais comum do esôfago. Compreendem em tumores mesenquimais originados nas células do músculo liso, de etiologia ainda desconhecida. Localizam-se principalmente nos terços inferiores e são tumores de crescimento lento, com baixo potencial maligno. A maioria é detectada com menos de 5cm, sendo raros os gigantes maiores que 10cm. O curso clínico pode ser assintomático em lesões pequenas ou apresentar-se com disfagia e dor torácica em tumores maiores. Seu achado é frequentemente incidental. O diagnóstico pode ser feito por raio x contrastado, endoscopia digestiva alta, tomografia computadorizada e ecoendoscopia. Embora não haja consenso, a eleição para indivíduos sintomáticos tem sido a abordagem cirúrgica.

RELATO DE CASO

Apresentamos o caso de paciente feminina, 48a, com história de disfagia, sensação de corpo-estranho em região cervico-torácica, dispepsia, plenitude e vômitos pós-prandiais. Endoscopia digestiva alta demonstrou lesão em esôfago distal há 5cm da junção esôfago-gástrica. Tomografia computadorizada de tórax evidenciou lesão espansiva em esôfago distal de 4.3 por 2.8cm. Ecoendoscopia apresentou lesão em muscular própria, tendo o exame anátomo-patológico associado a imunohistoquímica confirmado o diagnóstico de leiomioma esofágico. Resultados: a lesão foi abordada cirurgicamente por via videolaparoscópica abdominal. Foi ressecada a lesão após abertura da camada muscular e submucosa. Foi realizada esofagorrafia e reconstrução do esôfago distal, seguida por hiatoplastia e fixação do ângulo de His. Endoscopia digestiva alta transoperatória foi utilizada para localização da lesão e revisão da mucosa após ressecção. O pacente recebeu alta hospitalar 3 dias após. Não ocorreram intercorrências.

DISCUSSÃO

Conclusão: a abordagem cirúrgica tem sido a escolha para pacientes com leiomiomas esofágicos sintomáticos. A abordagem convencional envolve toracotomia com enucleação ou ressecção. Ressecção esofágica está indicada em leiomiomas gigantes ou envolvendo grandes porções. A video cirurgia vem ganhando aceitação e é preferida para lesões dos dois terços proximais. O tratamento endoscópico também ganha adeptos, bem como a cirurgia assistida por robô Da Vinci. Tumores pequenos e assintomáticos podem ser acompanhados com tratamento expectante.