Dados do Trabalho


TÍTULO

APENDAGITE EPIPLOICA NO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DO ABDOME AGUDO INFLAMATORIO – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A apendagite epiplóica constitui uma condição clínica pouco comum, com sua incidência ainda não verdadeiramente conhecida. Decorrente da torção ou da isquemia de apêndices epiplóicos distribuídos ao longo de todo o cólon, manifesta-se com dor intensa localizada e progressiva. Percebe-se um aumento no relato de casos diagnosticados, seja pelo maior conhecimento da afecção ou pelo avanço de métodos propedêuticos de imagem, representados principalmente pela tomografia computadorizada (TC). Mesmo com todo arsenal que dispomos para diagnóstico, por vezes persiste a dúvida na diferenciação com outras doenças de resolução cirúrgica principalmente com a apendicite aguda e diverticulite de Meckel quando a apendagite localiza-se no ceco e a dor é na fossa ilíaca direita.

RELATO DE CASO

Feminino, 37 anos, IMC=42,3, com quadro de dor intensa localizada na fossa ilíaca direita e progressiva há cerca de 36 horas, sem relato de febre. Realizada ultrassonografia (US) que revelou apêndice vermiforme de 6,6mm de diâmetro. TC do abdome com apêndice no limite da normalidade, ausência de líquido livre na cavidade peritoneal e espessamento de tecido gorduroso localizado na fossa ilíaca direita (1,3cm) justaposto ao ceco. Optado pelo tratamento medicamentoso, não operatório. Quadro clínico mantido após 36 horas de acompanhamento hospitalar, optado pela realização de laparoscopia que foi diagnóstica de apendagite epiplóica. Realizado retirada do apêndice epiplóico necrosado. Anatomia patológica: necrose gordurosa associada a processo inflamatório agudo e hemorragia. Evolução pós operatória sem intercorrências. Mantido acompanhamento ambulatorial.

DISCUSSÃO

Descrita em 1956 por Linn, a apendagite epiplóica é uma condição inflamatória pouco frequente, que em virtude de isquemia e/ou torção, determina quadro de abdome agudo que acomete principalmente o quadrante inferior esquerdo ou a fossa ilíaca direita onde os apêndices epiplóicos se localizam mais frequentemente, estando apensos ao cólon descendente e sigmoide ou ao ceco. Portanto, seu diagnóstico diferencial deve ser feito com apendicite aguda, diverticulite de Meckel e diverticulite aguda do cólon sigmoide. Como método propedêutico preferencial para diagnóstico diferencial, destacamos a TC do abdome. Seu tratamento é clínico, porém na dúvida diagnóstica ou na recorrência clínica, a laparoscopia poderá ser utilizada para confirmação diagnóstica e efetivação da terapêutica.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil

Autores

José Otávio Guedes Junqueira, Ana Flávia Andrade Costa, Bruna Bandeira Oliveira Junqueira, Thaís Bandeira Oliveira Junqueira, Vivian Scarlleth Lopes Oliveira, Bruna Fernandes Sousa, Gláucio Silva Souza