Dados do Trabalho


TÍTULO

BYPASS ILIACO- FEMORAL DIREITO COM PROTESE DE PTFE ANELADA: RELATO DE SALVAMENTO DE MEMBRO APOS TRES TENTATIVAS DE TRATAMENTO CIRURGICO EM PACIENTE COM DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFERICA

INTRODUÇÃO

A doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) é uma condição aterosclerótica presente em cerca de 20% da população entre a quinta e a sétima década de vida. Os principais sítios acometidos são as artérias femorais e poplíteas. As manifestações clínicas dos pacientes sintomáticos de maior importância são a claudicação e a ausência de pulsos periféricos à palpação. Assim, objetiva-se relatar o caso de uma paciente com DAOP, submetida previamente a uma angioplastia do membro inferior direito (MID) com stent em artéria femoral comum e femoral à direita; um bypass femoro-femoral distal com veia safena reversa, ambos procedimentos sem êxito, sendo, portanto, necessário novas intervenções.

RELATO DE CASO

Paciente R.R.M, 60 anos, parda, doméstica, casada, deu entrada em um hospital de João Pessoa, com queixa de dor ao caminhar e ferimento em pé direito há cerca de um ano. Fumante dos 18 aos 30 anos, hipertensa há 40 anos, diabética há 5 anos, sedentária. Os exames solicitados revelaram ITB do MID = 0,31 e ultrassonografia (USG) arterial do MID com artéria femoral comum e superficial com stent ocluído, artéria femoral profunda com estenose em seu óstio e artéria poplítea proximal ocluída. Foi realizado inicialmente reabertura do stent por trombectomia endovascular e angioplastia, porém sem sucesso. Posteriormente, foi realizado um bypass ilíaco externa-poplíteo distal direito com prótese de politetrafluoretileno (PTFE) anelada 7 x 70 na paciente. Houve certa dificuldade durante a cirurgia devido à extensa presença de fibrose e aderências em toda a porção proximal da perna, fossa poplítea, face medial distal da coxa direita e região inguinal direita. A paciente retornou em aproximadamente um mês com queixas de dormência e às vezes choques em face lateral da coxa direita, com discreto edema. A USG revelou placas difusamente distribuídas com artéria femoral profunda, superficial e fibular com oclusão, com enxerto bem adaptado e sem pseudoaneurismas. ITB restabelecido a nível satisfatório (ITB = 1).

DISCUSSÃO

Apesar da DAOP não ser uma condição rara, o manejo da paciente em questão demostrou-se atípico, visto que ela já havia sido submetida a procedimentos reconhecidos como eficazes pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, porém, fez-se necessário uma quarta intervenção para melhorar o fluxo arterial da paciente, que demostrou-se desafiadora para a equipe. A aterosclerose é a principal responsável ainda pela isquemia cardíaca e acidentes vasculares encefálicos, o que demostra a importância de saber dominar várias técnicas terapêuticas, a fim de oferecer esperança e estabelecer bem estar ao paciente, não se limitando aos tratamentos convencionais. Devem-se discutir relatos como o do caso supracitado em busca de ampliar o debate acerca das opções terapêuticas que melhor se enquadram na realidade específica de cada paciente, melhorando sua qualidade de vida e evitando eventuais complicações.

Palavras-chaves: Bypass, aterosclerose, DAOP.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

UNIPÊ - Paraíba - Brasil

Autores

Gabriel Reichert, Marílya Santos, Rayanne Oliveira, Ana Rafaella Viana, Fernanda Mendonça, Paulo Roberto Lima