Dados do Trabalho
TÍTULO
HERNIA DIAFRAGMATICA TRAUMATICA: IMPORTANCIA DO INVENTARIO DA CAVIDADE NO TRAUMA CONTUSO
INTRODUÇÃO
A hérnia diafragmática traumática (HDT) caracteriza-se pela passagem de parte do conteúdo abdominal para o interior da cavidade torácica através de lesão diafragmática. No trauma contuso grave há um aumento subido da pressão abdominal transmitida as cúpulas diafragmáticas, podendo lesar qualquer área, porém com mais frequência ocorre em direção radial na área póstero-lateral do diafragma esquerdo, que corresponde a um ponto embriológico de fraqueza. A ruptura diafragmática ocorre em 0,8% dos pacientes vítimas de acidentes automobilísticos e em cerca de 3% a 5% dos casos de traumatismo abdominal fechado.O tratamento da hérnia diafragmática continua sendo essencialmente cirúrgico, devendo ser imediato, uma vez que a progressão para a fase crônica está associada com complicações e aumento da mortalidade.
RELATO DE CASO
Esse trabalho apresenta o relato de um caso de HDT aguda: G.A.T, 40 anos, vitima de acidente automobilístico, abordado inicialmente no Hospital de Pronto Atendimento, onde foi identificado fratura de pelve, pneumotórax á esquerda e pneumoperitônio, realizada drenagem pleural a esquerda e laparotomia mediana supra-infraumbilical, com descrição em prontuario de sutura de lesão em intestino delgado No terceiro dia pós trauma, foi transferido para Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora para abordagem ortopédica. Radiografia de tórax apresentava imagem sugestiva de vísceras abdominais em hemitorax esquerdo. Paciente estável hemodinamicamente e sem esforço respiratório, solicitado tomografia de tórax, na qual foi possível evidenciar alças intestinais em hemitorax esquerdo e descontinuidade do contorno da cúpula diafragmática esquerda. Realizado laparotomia mediana xifopubica, redução das vísceras herniadas e sutura da lesão. Sem intercorrências no pós-operatório. Realizado controle radiográfico no decimo dia pós correção, retirada do dreno pleural e alta da cirurgia no dia seguinte.
DISCUSSÃO
O diagnóstico da HDT ainda permanece um desafio por apresentar sinais clínicos pouco sensíveis, a suspeita clinica deve-se basear principalmente no mecanismo do trauma. A realização de exames de imagem auxilia na identificação da lesão, sendo a tomografia computadorizada de tórax o exame de escolha nos pacientes hemodinamicamente estáveis. O não tratamento da HDT aguda e sua evolução para fase crônica está associado a complicações graves como o estrangulamento e perfuração de vísceras ocas na cavidade torácica, com alta taxa de mortalidade. Dessa forma, em traumas contusos de alta energia a lesão diafragmática deve ser sempre investigada.
Área
TRAUMA
Instituições
Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil
Autores
Ana Flavia Andrade Costa, Paulo Roberto Campos Junior, Lais Araujo Machado, Roberta Oliveira Raimundo, Rafael Rabello Lista Mira, Tereza Cristina Bernardo