Dados do Trabalho
TÍTULO
USO DE IMAGENS NA TERAPEUTICA DO HIPERPARATIREOIDISMO: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A perda crônica da função renal leva à uma série de distúrbios minerais e ósseos, que envolvem a homeostase do cálcio, do fósforo e de hormônios como a vitamina D e o PTH (Paratormônio), que equilibram a formação e reabsorção óssea. As alterações metabólicas geram um hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica, caracterizado por níveis elevados de PTH, produzidos pela glândula paratireoide que na evolução da doença renal crônica desenvolve hiperplasia. O objetivo do trabalho foi orientar uma melhor investigação e programação perioperatória, abordando os principais exames de imagens e suas indicações através de um relato de caso.
RELATO DE CASO
Paciente L.F., sexo feminino, 32 anos, casada, procurou o Hospital Regional Antônio Dias com queixa de aumento de volume mandibular unilateral, dores ósseas, fadiga muscular, anorexia, dores abdominais e constipação. A paciente estava sendo submetida à hemodiálise há cerca de cinco anos devido IRC. Foi aventada a hipótese diagnóstica de hiperparatireoidismo e foram solicitados exames laboratoriais e de imagens para confirmação da suspeita. À tomografia computadorizada da face havia uma lesão óssea difusa e heterogênea, com áreas líticas e aumento de volume multilobulado na mandíbula unilateralmente. As paratireoides estavam aumentadas na ecografia cervical e existiam duas glândulas acessórias retroesternal identificadas pela cintilografia. Os achados de hiperparatireoidismo confirmaram o diagnóstico de tumor marrom. Foi realizada uma esternotomia com total ressecção da paratireoide. Após, foi feita uma dosagem do hormônio paratireoideano que constatou queda significativa dos seus valores.
DISCUSSÃO
A paciente foi submetida a estudos de imagem que facilitaram a abordagem cirúrgica. Para estudo inicial pode-se realizar a ultrassonografia que auxilia na distinção da paratireoide com outras estruturas, e facilita na punção por agulha fina. A cintilografia-sestamibi com tecnécio 99m é relativamente barato, menos operador-dependente, e prevê mais corretamente o lado da alteração. A tomografia em 3 dimensões é a modalidade preferida para cintilografia de paratireoide, sendo possível visualizar até a região retroesofágica. A tomografia convencional emite radiação ionizante, possui sensibilidade média e qualidade inferior, e em contrapartida a tomografia 4 dimensões mostra perfusão característica de adenomas e são muito utilizadas na reoperação de cirurgia de pescoço. A localização pré-operatória das glândulas paratireoides através dos estudos de imagem é de grande auxílio à cirurgia, possibilitando em determinados casos, um procedimento minimamente invasivo, com menores riscos de lesões às estruturas adjacentes e um melhor prognóstico.
Área
CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO
Instituições
Centro Universitário de Patos de Minas- UNIPAM - Minas Gerais - Brasil
Autores
Lucas Barone da Rocha, Edson Antonacci Júnior, Anna Alice de Paula Marinho, Mayra de Oliveira Maciel Silva, Amanda Angelica Esperança de Faria, Arlei Segala Borges, Cristiany Marques de Melo Milanez, Diego dos Santos Freitas