Dados do Trabalho


TÍTULO

SCHWANNOMA GASTRICO, TUMOR BENIGNO FREQUENTEMENTE DIAGNOSTICADO COMO TUMOR DO ESTROMA GASTROINTESTINAL: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Na primeira vez mencionado na literatura, por Daimaru et al, no ano de 1988, o Schwannoma Gástrico foi descrito como sendo um tumor de submucosa que cresce a partir das células de Schwnn no plexo neural do estômago. Desde então, mais de 220 novos casos foram relatados no mundo e suas características morfológicas e patológicas vêm sendo melhor compreendidas.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 51 anos, procurou o setor de emergência relatando forte dor em flanco direito com irradiação para região lombar associado a disúria e hematúria. Após exames laboratoriais e tomografia abdominal, comprovou-se o diagnóstico de litíase renal bilateral aliado a infecção urinária. Entretanto, foi identificada uma lesão na parede anterior de estômago que, através do exame acima referido, não foi possível definir com exatidão, qual tipo a lesão se tratava. Foram realizados ainda Endoscopia Digestiva Alta e Ressonância Magnética, a qual identificou nódulo hipervascular, através da captação pelo meio de contraste endovenoso na parede anterior do corpo gástrico, sem extensão intra-luminal, medindo aproximadamente 1,8 cm do maior diâmetro. Optou-se, então, por uma ressecção gástrica com ampla margem de segurança. Posteriormente, a peça foi encaminhada para análise patológica e a paciente recuperou-se bem do procedimento. Com o resultado das análises patológicas e imuno-histoquímicas ficou comprovado que a lesão era um Schwannoma gástrico.

DISCUSSÃO

Schwannoma gástrico é uma neoplasia rara do estômago de crescimento lento e assintomático. Representa somente 0,2% de todos os tumores gástricos, 6,3% dos tumores mesenquimais gástricos e 4% dos tumores benignos de estômagos. Devido a sua raridade e características próprias, esse tumor não é claramente identificado pelas equipes médicas. Além disso, leva-se em consideração uma semelhança clínica entre ele e outros tumores de submucosa do estômago que podem contribuir para essa difícil diferenciação. Inicialmente, a lesão foi diagnosticada como sendo tumor do estroma gastrointestinal que, somente após exame anatomo-patológico e de imuno-histoquímica, da peça cirúrgica, ficou comprovado que se tratava de Schwannoma gástrico benigno. Em suma, além da sintomatologia inespecífica existe a tendência a se pensar em outras doenças de maior prevalência nos pacientes com essa clínica. Desta forma, após a ressecção cirúrgica da lesão, o estudo imuno-histoquímico é mandatório em lesões exofíticas gástricas onde a sintomatologia, os exames de imagem e as características histológicas são indicativas de uma patologia de pior prognóstico. A paciente foi considerada curada quando, após a ressecção cirúrgica, com margem livre de neoplasia, não recidivou ou tampouco foi identificado metástase em outro órgão com os exames de acompanhamento no pós operatório.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

ULBRA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Gabriel Melo Pivatto, Bruno Pivatto, Ademir Pivatto, Leonardo Scherer Zavaschi, Antônio Carlos Weston