TÍTULO

OBSTRUÇAO INTESTINAL POR OBLITOMA: RELATO DE CASOS

INTRODUÇÃO

Os erros médicos ocorrem em todo o mundo, sendo o oblitoma pós-cirurgico um dos mais temidos. São conhecidos por diversas terminologias, o que reflete a ausência de padronização e o subregistro. Podem apresentar-se desde assintomáticos até graves complicações como obstrução intestinal, como os casos relatados a seguir.

RELATO DE CASO

Caso 1: Homem, 40 anos, com dor e aumento de volume abdominal há 1 mês e obstipação há 3 dias, com massa palpável em hipogástrio. Ressonância com formação expansiva com sinal heterogêneo em T2, hipossinal em T1, ausência de restrição a difusão e discreto realce periférico por contraste. Apendicectomia há 7 meses. Foi submetido a laparoscopia com necessidade de conversão por suspeita de GIST. Duas regiões de delgado ressecadas e feita anastomose, com achado posterior de compressa intraluminal. Caso 2: Mulher, 68 anos, com dor abdominal há 4 meses, após colecistectomia, perda de peso não quantificada, piora da dor e vômitos há 3 dias. Tomografia com paredes espessadas logo após duodeno, com conteúdo fecalóide e imagem linear metálica de permeio. Submetida a laparotomia com enterotomia com retirada de compressa e enterorrafia em dois planos.

DISCUSSÃO

Apesar da existência de listas de checagem e guidelines de segurança, os corpos estranhos retidos persistem como uma das complicações preveníveis. Incidências descritas variam de 0,0005-0,03%. Podem causar dois tipos de reação: exsudativa e fibrótica. Com a finalidade de uniformizar termos, propomos a classificação dos oblitomas pós-cirúrgicos em tipos I a IV. A literatura assinala que a tomografia é o melhor exame de imagem, ainda assim, as imagens típicas representam apenas 25% dos casos, o que exige alto nível de suspeição diagnóstica. Os fatores que contribuem para esta variedade de achados são o tempo de evolução, presença de infecção secundária, comunicação com víscera oca ou parede abdominal e modalidade de imagem usada. Este relato vai de acordo com o uso de tomografia computadorizada, a medida que este exame é mais disponível na realidade dos serviços, há maior familiaridade dos profissionais com o método e há maior descrição na literatura dos achados radiológicos. A identificação pré-operatória de oblitomas é essencial dada a possibilidade de tratamentos menos agressivos.