Dados do Trabalho


TÍTULO

Cirurgia das vias biliares no Hospital Municipal Souza Aguiar: estudo epidemiológico de 2001 a 2018.

OBJETIVO

Descrever o índice de cirurgias das vias biliares realizadas no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, correlacionando colecistectomias, exploração de vias biliares e derivações biliodigestivas.

MÉTODO

Estudo epidemiológico, transversal e retrospectivo das cirurgias de vias biliares, com ênfase na colecistectomia, exploração de vias biliares e derivação biliodigestiva. Foi realizada análise da base de dados dos procedimentos cirúrgicos realizados no hospital municipal Souza Aguiar, no período de 2001 a 2018, incluindo pacientes de todas as faixas etárias e ambos os sexos. As análises estatísticas foram realizadas através do programa Excel (Microsoft®).

RESULTADOS

Foram contabilizados 2.542 colecistectomias, 185 cirurgias de exploração de vias biliares e 34 derivações biliodigestiva no período de análise. Observou-se que foram realizadas 174 colecistectomias associadas à exploração das vias biliares, correspondendo a 6,84% do total de colecistectomias e 94,05% do total de exploração das vias biliares. Entretanto, 11 procedimentos de exploração de vias biliares não estavam associados às colecistectomias, correspondendo a 5,95% do total. Em relação à derivação biliodigestiva, 8 foram realizadas em associação à colecistectomia, sendo 0,03% do total de colecistectomias e 23,52% do total de derivações. 26 cirurgias de derivação biliodigestiva (76,48%) não foram realizadas com colecistectomia. Uma média de 13,63 cirurgias de exploração de vias biliares por ano no período entre 2001 e 2011, e uma média de 6,85 no período de 2012 a 2018 foram realizadas, indicando a redução desse procedimento devido ao tratamento por colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). Por outro lado, observou-se um aumento no número de derivações biliodigestivas, apresentando uma média anual de 1,09 no período entre 2001 e 2011 e uma média anual de 3,14 no período compreendido entre 2012 e 2018.

CONCLUSÕES

A colelitíase representa um problema de saúde pública mundial, sendo uma das doenças mais prevalentes nas cirurgias do aparelho digestivo. A prevalência estimada, em adultos, varia de 15 a 20%, tendo maior incidência entre os 35 e 55 anos, com aumento gradual a partir dos 55 anos. Além do número de pacientes portadores de colelitíase, as taxas de complicações como colecistite aguda, colecistite crônica, coledocolitíase, pancreatite e íleo biliar, estão em torno de 35%. Indivíduos acima de 60 anos, sexo feminino e de etnia branca apresentam maior predisposição a desenvolver a doença. A coledocolitíase apresenta tendência a aumentar sua incidência nos próximos anos, devido a maior prevalência de fatores de risco na população. Assim, torna-se importante conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à colecistectomia para contribuir com a otimização da qualidade da assistência aos portadores de doenças das vias biliares.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

ANDRESSA FERREIRA MARTINS, GABRIELLE GRIJÓ SILVA, INGRYD WENDERROSCHY CERQUEIRA, LARISSA MACEDO SANTOS, FRANCISCO EDUARDO SILVA