Dados do Trabalho


TÍTULO

ANOMALIA CONGÊNITA DA CORONÁRIA DIAGNOSTICO E TRATAMENTO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

As anomalias das artérias coronárias (AAC) são alterações congênitas ao nível da origem, trajeto e estrutura das artérias coronárias epicárdicas. Anomalia congênita de coronárias é rara, com incidência entre 0,3 a 1,6%. A apresentação clínica em adultos pode ser como: angina, arritmias, síncope, IAM (infarto agudo do miocárdio) ou morte súbita. O manejo objetiva reduzir iatrogenia, melhorar a qualidade de vida e reduzir morbimortalidade.

RELATO DE CASO

AATQ, 66 anos, feminino, aposentada, procurou o pronto-atendimento com história de dor torácica (DT), tipo queimação, de forte intensidade (9/10), com irradiação para membro superior esquerdo e duração superior a 30 minutos. Refere a ocorrência de episódio semelhante de DT, há 11 meses, cujo tratamento fora conservador. À admissão do quadro atual, o eletrocardiograma e os marcadores de necrose miocárdica mostraram-se dentro da normalidade, descartando o IAM. Diante da gravidade do caso solicitou a realização de uma cineangiocoronariografia, a qual evidenciou: artéria coronária direita com origem anômala no seio de valsava esquerdo ecoronariopatia, com discreto comprometimento aterosclerótico da artéria circunflexa. Permaneceu hospitalizada por três dias, sem intercorrências e alta hospitalar em boas condições clínicas. Segue com terapêutica anti-isquêmica otimizada, sem queixas. Investigação de isquemia miocárdica: se presente, a paciente pode ser orientada para revascularização miocárdica.

DISCUSSÃO

As anomalias congênitas incluem vários grupos de malformações que estão relacionadas com a morbidade e mortalidade prematura. São classificadas em: anomalias de origem e de trajeto; anomalias intrínsecas ou anomalias de terminação. A maioria dos portadores de AAC são assintomáticos e o diagnóstico é feito, incidentalmente, durante um cateterismo ou angiotomografia de coronárias. O seu significado clínico depende de várias variáveis, entre elas, a sua origem, o trajeto, e a quantidade de miocárdio perfundido. Os sintomas, quando presentes, podem manifestar-se como dispneia, IAM, arritmias complexas e morte súbita. Na maioria das vezes, há suspeita devido à presença de sopros contínuos. No diagnóstico desta entidade, os exames de imagem são imprescindíveis, podemos usar as seguintes ferramentas: ecocardiografiatransesofágica, angiografia, angiotomografia computadorizada, ressonância magnética. O diagnóstico é fundamental para o tratamento dirigido, o qual pode ser empreendido através do uso de medicamentos, de angioplastia com o implante de endopróteses ou tratamento cirúrgico. A revascularização cirúrgica constitui uma possibilidade com bons resultados, a longo prazo, os quais poderão ser evidenciados, no pós-operatório, através de prova de esforço que não evidencie mais isquemia miocárdica. Diante disso, as anomalias congênitas são raras, mas letais, caso não sejam, precocemente, diagnosticadas e tratadas.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

Uniceplac - Distrito Federal - Brasil

Autores

Carolline Damas Oliveira, Gabriella fernandes trindade, Angélica Souza Duarte, Silas Fernandes Cunha Junior, Ellen Cristine Pacheco Ramos, Alessandra Teixeira Quadros Lopes, Anderson Rodrigues Oliveira