Dados do Trabalho
TÍTULO
EFEITO CÉLULAS TRONCO MESENQUIMAIS EM ANASTOMOSES INTESTINAIS DE ALTO RISCO. ESTUDO EXPERIMENTAL
OBJETIVO
Determinar o potencial efeito curativo do uso local de células-tronco mesenquimais (CTM) derivadas do tecido adiposo, em modelo de anastomose colônica de alto risco em ratos.
MÉTODO
Sessenta ratos Wistar foram distribuídos aleatoriamente em cinco grupos (Figura 1): 1. Controle, 2 Anastomose 3. Colite induzida por ácido trinitrobenzenosulfônico (TNBS), 4. Colite induzida por TNBS, anastomose e solução de cultura celular (MCA), 5. Colite induzida por TNBS, anastomose e CTM. No dia 7 pós-colite, foi realizada uma secção transversal do cólon descendente, 4 cm acima da reflexão peritoneal, com anastomose término-terminal. Em seguida, uma solução com 2 x 106 CTM ou uma solução de MCA foi gotejada diretamente sobre a superfície externa da anastomose. Foram utilizados os seguintes parâmetros para análise das amostras: escore histológico, atividade de mieloperoxidase, fibrose, infiltrado inflamatório, dano epitelial, mediadores inflamatórios em sobrenadantes de culturas de explantes e expressão gênica de moléculas envolvidas na cicatrização de feridas, por PCR em tempo real.
RESULTADOS
Os animais que foram submetidos a indução da colite pelo TNBS (Grupo 3) apresentaram deiscência da anastomose, abscesso e/ou peritonite, ao contrário do Grupo 4 sem complicações decorrentes da anastomose. Na análise histológica (H & E), no Grupo 3, com 14 dias presença de colite caracterizada por: infiltração de células mononucleares, hiperemia, vasodilatação e alterações atróficas associadas. A aplicação de MSC, no Grupo 4, reduziu a inflamação e preservou a mucosa com adequada cicatrização. A avaliação quantitativa de fibras de colágeno (Picrosirius Red-PS) e células caliciformes (PAS) em amostras de cólon obtidas aos 14 dias evidenciou redução significativa da densidade do colágeno e a preservação do número de células no Grupo 4 (anastomose tratada com CTM). As células positivas para TUNEL obtidas com 14 dias mostraram uma redução significante de células apoptóticas do Grupo 4 quando comparada àquela do Grupo 3. A análise imuno-histoquímica do grupo tratado com CTM reduziu o recrutamento de células inflamatórias (CD4 e CD11) e análise por PCR mostrou uma redução significante dos níveis de mRNA de mediadores inflamatórios, capazes, também, de interferir com a cicatrização.
CONCLUSÕES
O tratamento com CTM foi capaz de melhorar a evolução cirúrgica de anastomoses intestinais em vigência de processo inflamatório, proporcionando cicatrização e regeneração teciduais adequadas, em face da atividade imunomoduladora dessas células, com perspectiva de aplicabilidade em pesquisas translacionais.
Área
EXPERIMENTAL / PESQUISA BÁSICA
Instituições
UFRJ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
VALTER ALVARENGA JUNIOR, AMBILE MARAN CARRA, WAGNER BAETAS DA CRUZ, HEITOR SIFFERT PEREIRA DE SOUZA, MORGANA TEIXEIRA CASTELO BRANCO, PAULO CESAR SILVA, MANOEL LUIZ FERREIRA, ALBERTO SCHANAIDER