Dados do Trabalho
TÍTULO
O HABITO DE OUVIR MUSICA NO TRANSOPERATORIO
OBJETIVO
Há inúmeros trabalhos que evidenciam benefícios da utilização de música ambiente durante cirurgias. O objetivo do presente estudo foi verificar a prevalência do hábito de ouvir música durante as cirurgias entre médicos brasileiros e a relação deste hábito com a especialidade, o gênero e o tempo de formado do profissional.
MÉTODO
Foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados MedLine, Lilacs e Scielo, nas quais foram empregados os descritores: “cirurgia” e “música”, e “surgery” e “music”. Realizou-se também uma entrevista estruturada online, por meio da plataforma Google Docs, direcionada a cirurgiões e a profissionais da área cirúrgica entre os dias 23 de janeiro a 5 de fevereiro de 2019. Os profissionais foram convidados por mídias sociais cuja participação foi totalmente voluntária e anônima, obtendo-se um total de 131 respostas. A estatística descritiva e as análises estatísticas foram feitas pelo programa Excel®. Para testar a relação entre o tempo de formado e o hábito de ouvir música utilizou-se regressão linear. Para análise da relação entre gênero e especialidade e o hábito de ouvir música utilizou-se o teste de qui-quadrado.
RESULTADOS
Participaram do estudo 131 profissionais, sendo em sua maioria 36,6% (48) cirurgiões gerais, 10,7% (14) cirurgiões pediátricos, 7,6% (10) cirurgiões oncológicos, 6,1% (8) obstetras e 38,9% (51) outras especialidades. A maioria (77,9% - 102) foi do sexo masculino. A maior parte dos participantes atua no Distrito Federal (68,7% - 90). O ano de conclusão da residência médica foi: 1967 a 1981 (8,39%); 1982-1996 (33,58%); 1997-2011 (38,91%) e depois de 2012 (19,08%). Em relação à frequência, 22,9% (30) disseram ouvir música às vezes, 24,4% (32) quase sempre, 18,3% (24) sempre, 20,6% (27) raramente e 13,17% (18) nunca. O motivo mais frequentemente alegado foi “sentir-se mais tranquilo”. Todavia, 72,2% dos profissionais que nunca escutam música, responderam que ela pode tirar a concentração ou que não tenha grande relevância. Dos estilos musicais mais escutados, destacaram-se com igual proporção (29,8%) variedades, música clássica e rock, seguido de MPB (28,2%) e pop (23,7%). Contudo, 10 dos 131 profissionais acreditam que o ideal seja uma música suave em baixo volume. Ainda, ¼ (32) dos profissionais, em resposta pessoal, referiram a relevância da música para a harmonização do ambiente cirúrgico bem como para o agrado e relaxamento do paciente. Em relação ao gênero, 60,8% dos homens e 72,4% das mulheres disseram ouvir música sempre, quase sempre ou às vezes, apesar de que a diferença não foi significativa (p=0,25).
CONCLUSÕES
No grupo estudado, a maioria dos médicos ouve músicas quase sempre ou sempre durante as cirurgias. Os estilos mais frequentemente ouvidos foram música clássica, rock e variedades. Não houve diferença significativa entre os gêneros e as especialidades. O motivo mais frequentemente alegado foi o fato de o cirurgião sentir-se mais tranquilo.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
UNICEPLAC e UNICEUB - Distrito Federal - Brasil
Autores
Lucas Andrade Fidalgo Cunha, Bruna Castelo Branco Albuquerque, Alice Cristina Castro Silva, Carolina Mendonça Costa, Hugo Mirindiba Bomfim Palmeira, Jordano Pereira Araújo, Letícia Lara Rocha Silva, Rafaela Moreira Souza Honório