Dados do Trabalho


TÍTULO

CISTO DE TAILGUT - ABORDAGEM E TRATATAMENTO

INTRODUÇÃO

Durante a gestação, entre 28 e 35 dias, o embrião humano possui uma cauda verdadeira, que regride ate os 56 dias. A sua persistência, é rara e forma os cistos de Tailgut. Foram primeiro descritos por Middledorpf em 1885. Apesar da maioria serem benignos, a literatura atual mostra, transformação maligna (adenocarcinoma ou carcinoide). Curiosamente, malignidade mais comum em homens devido ao atraso no diagnóstico. Diagnóstico requer suspeição e imagens modernas (ressonância magnética/tomografia computadorizada). O diagnóstico final é histopatológico. A biópsia do tumor não é indicada pelo risco de complicações. O tratamento é feito pela excisão cirúrgica com margens livres, mesmo se assintomático.

RELATO DE CASO

Homem, 55 anos, dar entrada na emergência, quadro de dor e distensão abdominal, parada da eliminação de fezes há mais de 5 dias. Após medidas clínicas, foi submetido a tomografia de abdomeque evidenciou: “formação expansiva sólido-cística na pelve lesão expansiva em pelve, com compressão extrínseca do reto. A equipe de cirurgia geral, indicou cirurgia de desvio de trânsito intestinal, transversostomia em alça. O paciente evoluiu com melhora do quadro de dor e distensão abdominal e retorno da dieta via oral. Após melhora do quadro clínico, o paciente foi submetido a Ressonância Magnéticade abdome inferior, evidenciando: volumosa massa lobulada, ocupando toda a pequena pelve, com desvio de estruturas adjacentes, com áreas captantes de contraste. O paciente ficou com o diagnóstico de cisto de tailgut, foi submetido a abordagem cirúrgica posterior, incisão de Kraske sem a necessidade de coccigectomia. O paciente evoluiu sem intercorrências, o estudo histopatológico evidenciou: estrutura acometida por adenocarcinoma. O paciente segue em acompanhamento ambulatorial da cirurgia geral e serviço de oncologia.

DISCUSSÃO

Os cistos retro retais são gerados a partir de defeitos no fechamento embrionário do intestino primitivo, no final da oitava semana. Apesar de sua grande maioria ser assintomática, os pacientes sintomáticos apresentam: constipação intestinal, disturbio evacuaório, retenção urinária. Devido ao não conhecimento da patologia por parte de grande parte dos médicos e seus sintomas serem muito sugestivos de lesões semelhantes que acometem o canal anal e retal, seu diagnóstico é atrasado. A anamnese, toque retal, deve levantar a suspeita, os melhores exames e imagem são: tomografia de abdome e ressonancia magnética, para identificar de extensão, grau de invasão e malignidade. A biópsia da lesão não é indicada em lesões beningas, devido as complicações do procedimento. O tratamento cirúrgico é preconizado tanto para pacientes assintomáticos como sintomáticos, com a excisão da lesão com margens livres. Existem três abordagens cirúrgicas: anterior (abdominal), posterior e combinada. O tratamento cirúrgico não é livre de complicações.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT SABIN - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

MARCELO AUGUSTO VITURINO ARAGAO, HELIO MACHADO VIEIRA JUNIOR, VITOR LUIZ FARO FONSECA, BERNARDO MENDES GUIMARAES GEOFFROY