Dados do Trabalho


TÍTULO

PSEUDOANEURISMA DE ENXERTO DE ILIACA EM PACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE DE PANCREAS

INTRODUÇÃO

O Transplante de pâncreas (TxP) é o único tratamento que estabelece normoglicemia e normaliza os níveis séricos de hemoglobina glicosilada em pacientes diabéticos tipo 1. A principal complicação cirúrgica que leva à perda do enxerto é a falha técnica seguida por rejeição. Pseudoaneurisma é complicação rara, geralmente relacionada à infecção ou ao próprio trauma cirúrgico.

RELATO DE CASO

Paciente J.A.P.A., mulher, 28 anos, DM1 há 21 anos, transplante renal (TxR) prévio (2017). No pré-operatório para TxP, em agosto de 2018, estava em uso de: Micofenolato de Sódio (MMS) 360 mg, Tacrolimo (FK) 2+2 e Prednisona 5mg, além de insulinas Lantus 30 UI e Humalog conforme dextro; apresentava reatividade contra painel de 0%. O TxP foi realizado em outubro de 2018, com drenagem endócrina sistêmica com veia curta e exócrina entérica sem Y de Roux, indução com thymoglobulina. Doador 15 anos, masculino, IMC= 22,4 kg/m2, noradrenalina em baixa dose.
A paciente teve boa evolução recebendo alta hospitalar no 6º dia de pós-operatório (PO), com dreno abdominal e as seguintes medicações: FK 5+5, MMS 720 mg, Prednisona 40 mg, bactrim, AAS e omeprazol. Teve como complicações eventração (corrigida com ressutura de parede) e infecção por citomegalovírus. Pela persistência de elevação de enzimas foi submetida à biópsia de enxerto pancreático. Com pouco mais de um mês de TxP procurou a emergência por enterorragia - investigação mostrou fistula arterio-cólica por pseudoaneurima de enxerto arterial. Foi tratada com passagem de stent em artéria ilíaca comum e três dias depois, após estabilização do quadro, procedeu-se a retirada do enxerto pancreático.

DISCUSSÃO

O transplante de pâncreas permanece como o tratamento eficaz para diabetes tipo 1. Aneurisma de enxerto é complicação rara e de alta morbimortalidade. Quando possível a abordagem endovascular precedendo o procedimento cirúrgico parece ser a melhor opção terapêutica pois proporciona melhor controle vascular com menor risco de sangramento e de dano aos vasos.

Área

TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Instituições

Hospital Leforte - São Paulo - Brasil

Autores

Francisco Sergi, Marcelo Perosa, Tércio Genzini, Fernanda Santos de Aguiar, Fernanda Danziere, Juan Branez, Tiago Genzini, Brenda Oliveira Coelho