TÍTULO

ANALISE DA OCORRENCIA DE COMPLICAÇOES OPERATORIAS EM COLECISTECTOMIAS LAPAROSCOPICAS ELETIVAS E DE URGENCIA.

OBJETIVO

Analisar comparativamente a ocorrência de complicações operatórias em colecistectomias eletivas e de urgência.

MÉTODO

Estudo retrospectivo realizado através de consulta aos prontuários eletrônicos de 368 pacientes submetidos à colecistectomia laparoscópica no Hospital Santa Catarina, da cidade de Blumenau – SC, Brasil, no período de novembro de 2016 a novembro de 2017.
Os pacientes foram separados entre os submetidos à colecistectomia laparoscópica eletiva e os submetidos à de urgência.
Foi obtido consentimento escrito e informado de todos os pacientes incluídos no estudo antes da cirurgia. O protocolo do estudo foi aprovado pelo comitê de ética local.

RESULTADOS

Foram submetidos à colecistectomia laparoscópica um total de 368 pacientes.
No grupo eletivo, a população foi de 277 (75,30%) pacientes.
Foram identificados 6 (2,17%) casos de procedimentos com complicações. Em 3 desses casos houve sangramento em leito hepático, sendo que um foi resolvido com rafia e os outros dois necessitaram de um novo procedimento cirúrgico. Em 1 caso o paciente apresentou dor abdominal difusa e intensa, sem melhora com morfina e hipotensão (pressão arterial de 82x60mmHg) sendo internado na unidade de terapia intensiva (UTI). Um paciente teve crise hipertensiva na indução anestésica e 1 apresentou dispneia a pequenos esforços, saturando 86% em ar ambiente.
Nenhum paciente foi a óbito.
Já no grupo dos pacientes operados em regime de urgência, a população foi de 91 (24,70%) pacientes.
Complicações ocorreram em 13 (14,29%) pacientes, 2 destes tiveram retenção urinária, os outros, cada um apresentou uma complicação, ou série de complicações, diferente. Sendo elas:
- Broncosespasmo pós extubação;
- Instabilidade hemodinâmica, insuficiência renal aguda, cianose central e necrose extremidades; dor, distensão abdominal e febre;
- Hipertensão no intra-operatório;
- Rebaixamento do nível de consciência no pós-operatório e derrame pleural sendo realizada toracocentese. Derrame pericárdico e parada cardiorrespiratória;
- Queda de saturação na sala cirúrgica, saturando 75% em ar ambiente, com cianose de extremidades, tendo que adiar a cirurgia. Após realização da colecistectomia fez evento séptico, insuficiência renal aguda, anemia e anasarca;
- Leucocitose, função renal alterada, derrame pleural, anemia, insuficiência respiratória aguda após transfusão de hemácias e bacteremia;
- Pico hipertensivo;
- Tromboembolismo pulmonar;
- Instalada sonda nasogástrica longa durante o procedimento;
-Fístula biliar, rebaixamento do nível de consciência, broncoespasmo com necessidade de intubação, choque séptico e infecção por e. coli em líquido abdominal.
Dois (2,20%) pacientes foram a óbito.

CONCLUSÕES

As colecistectomias laparoscópicas de urgência apresentaram uma porcentagem consideravelmente maior de complicações em comparação às eletivas. Além disso, a gravidade das complicações observada nas colecistectomias de urgência foi maior, o que explica a maior porcentagem de óbitos.