Dados do Trabalho
TÍTULO
O HOMEM QUE “CUTUCOU” O PRÓPRIO CORAÇÃO
OBJETIVO
O presente trabalho tem por objetivo analisar a história da criação do método de cateterização cardíaca.
MÉTODO
Realizou-se pesquisa nas bases de dados Medline e PubMed e Google Acadêmico utilizando-se os termos “catheterization”,”cardiac catheterization”, “pioneer”, “cardiology”, além de procura em endereços eletrônicos do prêmio Nobel.
RESULTADOS
Durante o século XIX, o pesquisador Claude Bernard havia demonstrado (em animais) que é possível introduzir um cateter por uma veia periférica e fazê-la chegar até o coração. Mas o receio de que isto poderia resultar num evento fatal impediu que testes desse procedimento em humanos fossem realizados. Em 1929, um jovem cirurgião que trabalhava na cidade alemã de Eberswalde concluiu que as vantagens hipotéticas da cateterização cardíaca eram óbvias demais para que tal experimento fosse deixado de lado: os médicos poderiam administrar drogas diretamente no coração, injetar contraste para dar diagnóstico de doenças cardíacas e até mesmo medir as pressões sanguíneas diretamente dentro do órgão. Desta forma, Werner Forssmann (1904-1979) resolveu testar a possibilidade da cateterização cardíaca em si mesmo, contudo, era necessário auxílio. Solicitou à enfermeira Gerda Ditzen ajuda para tal experimento, porém, alarmada com os riscos possíveis e a necessidade de socorro médico, ofereceu como única alternativa a realização do experimento nela mesma. Criado o impasse, Forssmann utilizou-se de um subterfúgio para enganar a moça. Após deitá-la na mesa do centro cirúrgico, anestesiou uma região na parte anterior do seu antebraço. Enquanto a enfermeira aguardava o início do cateterismo, ele anestesiou o próprio antebraço, abriu uma veia e introduziu cerca de 60 cm de um cateter urinário em si mesmo. Quando a enfermeira descobriu o truque, não havia mais como impedi-lo. Após a realização do experimento, realizou uma radiografia de tórax, documentando a introdução do cateter no átrio direito dele. A resposta da comunidade cardiológica alemã, entretanto, foi péssima. O ato foi considerado irresponsável e rebelde, o que fez com que o médico tivesse dificuldades de encontrar trabalho na área. Ele acabou se especializando em urologia. Durante a década de 1940, André Cournand e Dickinson Richards, trabalhando no Bellevue Hospital em Nova Iorque, expandiram o trabalho pioneiro de Forssmann, realizando cateterismos em inúmeros pacientes e demonstrando a utilidade do procedimento. Em 1956, o prêmio Nobel em Medicina e Fisiologia foi concedido a Cournand, Richards e Forssmann.
CONCLUSÕES
As técnicas de cateterização cardíaca evoluíram progressivamente, tendo já salvado ou melhorado a qualidade de vida de milhões de pessoas no mundo inteiro. Todas essas pessoas devem seu bem-estar, em parte, à coragem de Forssmann.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
UniCEUB - Distrito Federal - Brasil
Autores
Amanda Luíza Aguiar Taquary Alvarenga, Marcella Resende Monteiro do Prado, Amanda Cunha Gomes de Freitas, Gabriel Amaral Cavalcante, Ana Carolina da Bouza Ferreira, Leonardo Casadini da Silva, Marjorye Bezerra Porciúncula, Jordano Pereira Araújo