Dados do Trabalho
TÍTULO
TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL (GIST) EM DIVERTICULO DE MECKEL: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O divertículo de Meckel é uma anomalia congênita comumente encontrada no intestino delgado, que afeta 2% da população. No entanto, sua grande maioria só é descoberta incidentalmente durante autópsia, laparotomia ou estudos com bário. O divertículo de Meckel apenas é removido cirurgicamente pelo surgimento de complicações ou desenvolvimento de neoplasia. Os tumores não são frequentes (0,5 a 3,2% dos divertículos de Meckel) e, quando observados, 12% são Tumores Estromal Gastrointestinal (GIST). Neste relato, apresenta-se uma dessas raras incidências: um divertículo de Meckel com GIST.
RELATO DE CASO
T.C.R.P., 37 anos, sexo feminino, em acompanhamento ambulatorial, realizou exames ginecológicos de rotina. Em ultrassom transvaginal, foi visualizada massa cística de grande volume em ovário esquerdo. Solicitada, então, ressonância nuclear magnética de abdômen total, que apresentou imagem cística complexa em topografia de ovário esquerdo. Paciente encaminhada para avaliação de cirurgião oncológico. Após discussão, optou-se por laparoscopia. Durante o procedimento, foi verificada aderência de intestino delgado em útero e feito o desbloqueio dessas aderências. Então, visualizou-se divertículo de Meckel com sangramento em gotejamento. Optou-se, no momento, por realizar uma incisão de pfannenstiel, enterectomia com exérese da região do divertículo de Meckel e anastomose entero-entérica. Paciente evoluiu bem em pós-operatório, recebendo alta e voltando para acompanhamento ambulatorial com resultado de anatomopatológico: quadro histopatológico associado ao painel imuno-histoquímico de Tumor Estromal Gastrointestinal (GIST). Paciente segue em acompanhamento com oncologia clínica, realizando terapia adjuvante com mesilato de imatinibe.
DISCUSSÃO
Tanto o divertículo de Meckel quanto o GIST são entidades relativamente raras, de modo que sua associação é ainda mais rara.
Os GISTs correspondem a menos de 1% de todas as malignidades gastrointestinais, e sua localização mais comum é o estômago. No entanto, a ocorrência de uma perfuração associada ao GIST é mais frequentemente observada no intestino delgado, provavelmente em razão de sua parede ser mais fina, em comparação com o estômago ou com o intestino grosso.
Aproximadamente um terço dos GISTs é assintomático e incidentalmente detectado durante procedimentos de investigação; alguns podem apresentar queixas gastrointestinais não específicas, como saciedade precoce, náuseas e vômitos; mais raramente, podem apresentar quadro agudo, tendo como sintoma o sangramento do trato gastrointestinal.
Apenas 4-16% dos casos de divertículo de Meckel são sintomáticos, principalmente devido à ulceração e intuscepção.
O tratamento desses pacientes é principalmente cirúrgico, seguido de terapia adjuvante com imatinibe.
Assim, revisando a literatura disponível, apresenta-se relato de um caso raro – de um GIST que surge em um divertículo de Meckel – que foi administrado com sucesso por abordagem cirúrgica e posterior acompanhamento oncológico.
Área
INTESTINO DELGADO
Instituições
ASSOCIAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE OURINHOS-SP - São Paulo - Brasil
Autores
JOAO PAULO RODRIGUES TONIOLO, AMANDA GEORGIA BELLEZE, PEDRO AUGUSTO MANNA BALBO, ANNA CAROLINA GELINI PARREIRA, MARIANA HACKEL DAVID, DESIREE PICCOLI DE OLIVEIRA, THIAGO SALDANHA RODRIGUES