Dados do Trabalho
TÍTULO
TUMOR DE BUSCHKE-LOWENSTEIN: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O Condiloma Acuminatum Gigante, conhecido como Tumor de Buschke-Lowenstein apresenta-se clinicamente como uma lesão tumoral extensa na região genital, anal e/ou perianal, devido ao excessivo crescimento epitelial com aspecto de couve-flor. É um tumor de crescimento lento, mas, ao contrário do condiloma simples, é localmente agressivo e destrutivo, ocorrendo em 40-60% dos casos, a transformação maligna. O presente relato busca pormenorizar o caso de uma paciente do sexo feminino, HIV negativo, que apresentava sangramento, saída de secreção purulenta e lesão com aspecto vegetante em região perianal com transformação maligna para carcinoma espinocelular.
RELATO DE CASO
Paciente feminino, 60 anos, proveniente de Cruzeiro do Sul-AC. Entrada no serviço de coloproctologia em 27 de novembro de 2017, tabagista (50 maços/ano), queixa-se de “verruga” em região perianal há cerca de três anos, com aumento de tamanho para a região genital e inter-glútea, com prurido, sangramento e dor e dificuldade na evacuação. Encaminhada para Rio Branco-AC. Negou febre, perda ponderal. Exame físico: lesão em região genital vegetante nos grandes lábios, região perianal e inter-glútea. Biópsia da lesão com resultado anatomopatológico de Lesão Intraepitelial de Baixo Grau, associado à coilocitose, com margens cirúrgicas livres de lesão. Ressonância magnética de pelve mostrou extensa lesão expansiva/infiltrava ocupando o canal anal, com extensão para a fossa ísquio anal à esquerda. Invasão da musculatura esfincteriana até a pele/tela subcutânea na região perianal.
Após o resultado anatomopatológico e condições próprias da paciente em realizar curativo extra-hospitalar, optou-se por alta hospitalar e acompanhamento com a oncologia e a radioterapia no Hospital do Câncer de Rio Branco-AC.
DISCUSSÃO
O tumor de Buschke-Lowenstein (TBL) está associado ao HPV, é raro e é sempre precedido de condiloma acuminado. É caracterizado por reincidência e potencial de transformação maligna. De 40 a 60% dos casos inicialmente diagnosticado com condiloma gigante evoluem para carcinoma espinocelular CEC. A paciente do caso se enquadra nessa porcentagem.
A abordagem do TBL perianal é a excisão cirúrgica radical. Pacientes com lesões extensas e secreção purulenta exigem uma colostomia temporária. Comprometimento do procedimento cirúrgico predispõe a recorrência local. Estudos defendem a ressecção abdominoperineal (RAP) em casos de infiltração de músculos do esfíncter ou do reto.
No câncer de canal anal clássico, o papel da quimioterapia e da radioterapia é bem estabelecido e a abordagem combinada é superior à RAP em termos de sobrevivência sem colostomia permanente, com muitos pacientes mantendo boa função anal. A paciente relatada, após o diagnóstico foi para tratamento com quimioradioterapia e acompanhamento da resposta terapêutica, para levar em consideração a necessidade de ressecção cirúrgica como complementação.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
Universidadde Federal do Acre - Acre - Brasil
Autores
André Adler Batista Paulino, João Marcos Santos Da Silva, Andressa Milena dos Santos Rocha, Natali Pires Mendes, Dam Rodrigues Mariano, Lucas Reis Angst, Fernanda Facincani Medeiros Bezerra, Cintia de Solza Improta