Dados do Trabalho
TÍTULO
TROMBOFLEBITE SEPTICA DE MESENTERICA SUPERIOR SECUNDARIA A APENDICITE
INTRODUÇÃO
A pileflebite ou tromboflebite séptica da veia porta consiste na trombose infectada da veia porta, podendo ser uma complicação de uma sepse abdominal de qualquer etiologia na região de drenagem da veia porta. Incidência de 0,37-2,7 casos por 100.000 habitantes/ano, a média de idade é de 40-65 anos, com predomínio do sexo masculino, sendo as principais causas: diverticulite, pancreatite, apendicite, infecções do trato biliar e doença inflamatória intestina. É raro e está associado com alta mortalidade. A mortalidade que era de 100% até 1946, hoje varia de 11% a 32%. O quadro clínico é inespecífico, sendo comum febre, dor abdominal, náuseas, diarreia e anorexia, porém, a suspeita é mais pertinente quando os dois primeiros sintomas estão associados a icterícia. O diagnóstico requer a demonstração de trombo portal em paciente febril e com bacteremia. Quando estabelecido o diagnóstico, a causa deve ser tratada e o início dos antimicrobianos não é retardado. A terapia com anticoagulante ainda é controversa. No entanto, é recomendada quando existe ambiente de hipercoagulação ou quando a trombose é extensa.
RELATO DE CASO
Paciente sexo masculino, 35 anos, admitido na emergência do Hospital da Região Leste com diagnóstico de apendicite aguda, sendo submetido a apendicectomia fase II, procedimento realizado sem intercorrências. Recebe alta no 1° DPO sem queixas. Retorna a emergência no 5° DPO com queixa de icterícia, colúria e astenia, BT 4,96 (BD:3,72; BI:1,24) + TC de abdome visualiza trombose de mesentérica superior, iniciado antibioticoterapia e Marevan. Realizou RNM de abdome superior que evidenciou sinais de trombose venosa parcial subaguda/crônica da porção proximal da veia mesentérica superior, reduzindo em cerca de 70% da luz da mesma. Durante internação evolui com hematúria, sendo suspenso Marevam e Enoxaparina, retorna administração da Enoxaparina após melhora do quadro, mantém suspensão de Marevam devido alargamento de INR. Após ajuste de INR retorno uso de Marevam com ¼ da dose inicial, sendo reajustada posteriormente para 01 comprimento alternando com ½ comprimido. Recebe alta no 27° DIH em bom estado geral, sem queixas, em uso de Marevam e acompanhamento com a gastroenterologia e cirurgia geral. Retorna ao ambulatório de egressos da cirurgia geral em bom controle do INR sem queixas.
DISCUSSÃO
A tromboflebite é uma complicação rara e de difícil diagnóstico devido sua apresentação clínica inespecífica, porém deve ser rapidamente diagnosticada e sua terapêutica instituída o mais rápido. Sendo seu manejo multidisciplinar.
Área
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS
Instituições
Escola Superior de Ciências da Saúde - ESCS - Distrito Federal - Brasil
Autores
Stephanie da Silva Fernandes, Matheus Paiva de Souza, Leandro Martins Gontijo, Natasha Garcia Caldas, Nimer Ratib Medrei, André Araújo de Medeiros Silva