Dados do Trabalho


TÍTULO

RECONSTRUÇAO DE FACE COM RETALHO FRONTAL TOTAL: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

As grandes reconstruções após cirurgias oncológicas de cabeça e pescoço tem como padrão ouro a reconstrução por microcirurgia, técnica inexistente em muitos serviços. Dessa maneira o cirurgião tem como alternativa o uso de retalhos pediculados loco regionais. A técnica mais empregada é a do retalho miocutâneo do M. peitoral maior por ter maior arco de rotação, um pedículo neurovascular e suprimento sanguíneo axial excelentes, com resultados estéticos adequados, com boa quantidade de tecido para as reconstruções. O presente relato mostra que o uso do retalho do M. frontal pode se estender em toda sua totalidade para reconstrução de importante segmento da face. Foi realizada uma reconstrução após complicação cirúrgica inicial de Carcinoma espinocelular (CEC) que representa 15% dos cânceres malignos de pele.

RELATO DE CASO

FPS, sexo masculino, 66 anos, agricultor aposentado, procedente de Patu – RN, com extenso CEC na região de terço médio da face. Realizada ressecção do tumor com comprometimento em plano total. Foi realizado o retalho miocutâneo do M. peitoral maior, cirurgia de escolha quando o serviço não disponibiliza a microcirurgia. Posteriormente, evoluiu sem sucesso com necrose em plano total do retalho. A indicação seria a reconstrução com um forro e cobertura, um retalho para parte externa e outro para parte interna da boca. A terapêutica final empregada pelo cirurgião foi um retalho fascio miocutâneo da região frontal em plano total, de modo que a fáscia profunda ficou como assoalho. Além de enxerto de pele total na área doadora. No caso em tela foram preservadas as aponeuroses anterior e posterior do M. frontal, o que evidenciou-se a não formação de fístula, que é a maior preocupação dos cirurgiões na evolução a longo prazo do paciente. Também não ocorreu deiscência de sutura. Como complicação ele evoluiu com déficit de abertura bucal e paralisia facial ipsilateral em virtude de lesão do nervo facial durante a ressecção do tumor.

DISCUSSÃO

Dentre as alternativas usadas a reconstrução com M. frontal total não aparece como segunda opção na literatura de forma rotineira. Ainda com poucos relatos de casos, essa técnica descrita inicialmente por Mcgregor em 1963 em associação com retalho de músculo temporal é uma alternativa segura e eficaz para reparo de defeitos em região da face e cavidade oral. As literaturas que descrevem o uso dessa técnica se limitam ao uso para reconstruções homolaterais, com uso de apenas metade da musculatura em associação com a fáscia temporal ou até no máximo a pupila contralateral, baseado no pedículo da A. temporal. O relato de caso vem como um aprimoramento da técnica de retalho frontal, de modo a usar apenas a musculatura frontal total como alternativa na reconstrução de defeitos pós ressecções tumorais de face. Finalizamos, frente às escassas descrições dessa técnica, vale enaltecer que o exposto caso pode servir como uma segunda opção na ausência do serviço de microcirurgia ou na impossibilidade de usar o retalho do M. peitoral maior.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

UNIVERSIDADE POTIGUAR - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

LAYANE BARRETO COSTA, FLÁVIO DE PAIVA DUMARESQ, LEONARDO DE PAIVA AUTRAN NUNES, LUIZ FREDERICO BEZERRA HONORATO JUNIOR, LUCAS SOLON DIAS FARIAS, RAYANI DIÓGENES UMBELINO REIS, NOELE GURGEL D'ÁVILA, NATASSIA VIANNA BOCCHESE