Dados do Trabalho


TÍTULO

COMPARAÇAO EPIDEMIOLOGICA ENTRE ACALASIA NO BRASIL E NO MUNDO

OBJETIVO

A acalásia - desordem da motilidade esofágica que resulta em um esôfago permanentemente fechado - possui dois tipos: primária, cuja etiologia é desconhecida, e secundária, manifestação esofágica de uma patologia específica. Seus sintomas levam à significativa piora na qualidade de vida dos pacientes e geram altos custos ao sistema de saúde, principalmente em suas formas mais tardias.
Torna-se necessária uma atualização contínua dos dados epidemiológicos relativos à doença, com o propósito de auxiliar no correto diagnóstico da patologia e estimar o grau de atenção à saúde que deve ser voltado a população doente. Assim, objetiva-se comparar, por meio de um estudo transversal, a prevalência e incidência de acalásia de esôfago na Europa, Ásia, Oceania e América do Norte com os do Brasil.

MÉTODO

A pesquisa literária foi baseada em databases como PubMed, ScieLO e Medline. Foi restrita a estudos publicados nas Línguas Inglesa e Portuguesa, no período de 1976 a 2019. As palavras-chave foram “acalásia”, “achalasia”, “esôfago”, “prevalência”, “incidência”, “epidemiologia”, “epidemiology”, “etiologia”, “doença de Chagas”, “diagnóstico”, “tratamento”, combinando-as entre si.
Os dados obtidos foram coletados de artigos que, por meio do teste qui-quadrado de Person, demonstraram uma significância de p<0,05.

RESULTADOS

No Brasil, a acalásia predominante é a chagásica (com uma menor prevalência da idiopática), sendo mais prevalente em homens de 20 a 40 anos. Já o tipo mais comum de acalásia encontrado em países não localizados na América Latina é a acalásia idiopática, cuja predominância se dá em idosos, sem preferência de gênero.
Não existem dados na literatura a respeito da epidemiologia geral de acalásia no Brasil pois, no país, a acalásia de origem idiopática é pouco divulgada devido à existência maciça de esofagopatia secundária à doença de Chagas. Além disso, após 1980, com a iniciativa do Ministério da Saúde para combater a transmissão vertical da doença por meio da borrifação com inseticidas em áreas endêmicas, o número de pacientes com a forma aguda da enfermidade sofreu uma redução significativa e, desde então, as pesquisas deixaram de ser estimuladas. Entretanto, um elevado número de pacientes ainda sofre com a doença, pois persistem outras formas de contágio.

CONCLUSÕES

A acalásia secundária é a mais prevalente no Brasil, enquanto, no mundo em geral, tal prevalência se dá por acalásia primária. A proporção brasileira é consideravelmente maior que em outros lugares do mundo, devido a presença de um maior número de casos de doença de Chagas. Faz-se necessária uma melhor notificação dos casos de acalásia em plataformas de saúde, além de estudos epidemiológicos que possam explorar as incidências e prevalências de tal afecção em determinado lugar e, com isso, ajudar no correto diagnóstico da patologia e estimar o grau de atenção à saúde que deve ser voltado a população doente.

Área

ESÔFAGO

Instituições

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE - São Paulo - Brasil

Autores

LAIS SIQUEIRA DE MAGALHAES, RENAN GIANECCHINI VIGNARDI, IVAN KIRCHE DUARTE