TÍTULO

TROMBOSE DE ANEURISMA EM ARTERIA FEMORAL COMUM: RELATO DE CASO.

INTRODUÇÃO

Os aneurismas da artéria femoral são relativamente raros, sendo dez vezes menos frequentes em comparação aos aneurismas da aorta. Todavia, sua relevância clínica é enorme tendo em vista as complicações desencadeadas por esses aneurismas como embolia, trombose e mais raramente rotura. A trombose aguda ocorre em cerca de 10% a 30% dos casos e pode ocasionar isquemia aguda, geralmente grave. A prevalência dá-se em pacientes do sexo masculino, com idade acima dos 40 anos e tabagistas.

RELATO DE CASO

Paciente A.C.S., 60 anos, masculino, caminhoneiro, não tabagista, não hipertenso, não etilista. Admitido na Emergência com queixa de forte dor de início súbito em membro inferior esquerdo, associada a frialdade com 2 dias de evolução. Negava história prévia de claudicação intermitente, infarto agudo do miocárdio ou angina. No exame físico, o paciente apresentava membro inferior esquerdo pálido, com parestesia de pododáctilos e com aumento de volume não pulsátil na região femoral esquerda. A imagem do Ecodoppler mostrou dilatação aneurismática com presença de um trombo agudo ocluindo a luz da artéria femoral comum. Nas artérias do membro inferior direito e no território aorto-ilíaco, o Ecodoppler mostrou ausência de aneurismas bem como de placas ateromatosas.
O paciente foi submetido ao tratamento cirúrgico, onde foi realizada a ressecção do aneurisma, trombectomia distal com uso de cateter Fogarty e confecção de ponte fêmoro-femoral, com prótese de Dacron, dessa maneira mantendo o fluxo para as artérias femoral superficial e profunda. O aneurisma media 4 cm x 4 cm na artéria femoral comum, sem envolvimento da bifurcação. O paciente teve boa evolução pós cirúrgica e recebeu alta no 6 dia pós operatório, encontra-se assintomático, com ponte pérvia e pulsos distais presentes. No estudo anatomopatológico, foi apontada uma etiologia arteriosclerótica.

DISCUSSÃO

De acordo com a literatura médica, a trombose em aneurismas de artéria femoral comum ocorre em aproximadamente 30% dos casos, sendo a artéria mais acometida por aneurismas em território femoral. A origem da patologia tem relação arteriosclerótica, influenciada principalmente pelo tabagismo (o que torna o caso mais raro devido a ausência de doença arteriosclerótica significativa) E, em mais de 50% dos casos ela é assintomática. A cirurgia é indicada em aneurismas sintomáticos com ou sem complicações e nos assintomáticos com mais de 2,5cm de diâmetro. No Brasil, o tratamento desse tipo de patologia ainda ocorre majoritariamente de maneira cirúrgica, todavia as técnicas endovasculares tem se apresentado cada vez mais como uma excelente alternativa nos pacientes com elevado risco cirúrgico.