Dados do Trabalho


TÍTULO

MEGAESOFAGO GRAU III COM ACALASIA, SUBMETIDO A CARDIOMIOTOMIA + VALVOPLASTIA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A abordagem de tal temática tem como motivação o número significativo de casos de chagas que ocorrem, o que torna um problema de saúde pública e dentro disso as consequências que a essa doença pode causar ao indivíduo, a exemplo do megaesôfago. O megaesôfago é uma das formas clínicas do mal de Chagas que, embora de natureza benigna, tem caráter crônico e progressivo, o que determina repercussões relevantes sobre o estado nutricional e psíquico dos pacientes. Ele pode ser diagnosticado em qualquer idade, mas é mais frequente entre 20 e 40 anos e predomina no sexo masculino. A destruição e a ausência de plexos nervosos intramurais de Auerbach do esôfago determinam a ausência de peristaltismo ao nível do corpo do órgão e a não abertura de seu esfíncter inferior (acalásia), em resposta à deglutição. Ocorre, em consequência, estase esofágica e, inicialmente, falta de coordenação motora, dilatação e diminuição da capacidade de contração do esôfago.

RELATO DE CASO

M.P.S, feminino, 48 anos, chagásica, procedente do município de Riachão das Neves- Bahia, relata disfagia, odinofagia e perda de peso. Diagnosticada com megaesôfago grau III com acalasia foi submetida a um procedimento cirúrgico de cardiomiotomia a Heller e Valvoplastia anterior (Lothar). Apresentou boa evolução pós-operatória, com regressão quase total dos sintomas, ganho ponderal e melhora expressiva na qualidade de vida. Durante a internação de 3 dias, o primeiro dia teve dieta zero com sonda, segundo dia foi retirada a sonda e passada uma dieta liquida e terceiro dieta foi feita dieta pastosa. Após a internação passou a uma dieta pós-prandial.

DISCUSSÃO

A cardiomiotomia à Heller mais a Valvoplastia anterior (Lothar) é método cirúrgico utilizado para a acalasia como consequência do megaesôfago, esse procedimento apresenta resultados satisfatórios a longo prazo e com baixa morbimortalidade. Consiste na secção longitudinal da musculatura esofagiana, por via abdominal, na extensão do EEI. Este procedimento diminui a pressão do esfíncter, aliviando a disfagia de forma eficaz em 80 a 90% dos pacientes. Nas miotomias, faz-se uma incisão com 8 cm de extensão, sendo 5 cm no esôfago e 3 cm abaixo da cárdia, separando as fibras longitudinais e circulares hipertrofiadas da parede do esôfago, responsáveis pela estenose. A esofagocardiomiotomia à Heller isolada é associada a refluxo gastresofágico em 50-60% dos pacientes, com risco de esofagite e Barret. A maioria dos autores recomenda então a realização de um procedimento antirrefluxo, podendo ser adotada uma entre as várias modalidades de fundoplicatura (Lind, Thal, Dor, Lind-Toupet, Pinotti) – não há um consenso sobre a melhor técnica a ser adotada.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Faculdade São Francisco de Barreiras - Bahia - Brasil

Autores

Ademario Cardoso Neto, Julia Pinho Costa, Adolfo Rodrigues Neto, Gustavo Almeida Leão, Murilo Pereira Cappellesso, Arthur Henrique Shimidt, Victoria Macedo Maia, THIAGO MELO Espirito Santo