Dados do Trabalho


TÍTULO

CARDIOMIOTOMIA DE HELLER ROBOTICA EM MEGAESOFAGO RECIDIVANTE: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O megaesôfago caracteriza-se por destruição dos plexos intramurais de Auerbach de caráter irreversível e progressivo. Consequências dessa patogênese são: aperistalse do corpo, contrações acrônicas e relaxamento incompleto ou ausente do esfíncter inferior. A disfagia é o sintoma mais relevante. No Brasil o megaesôfago chagásico possui uma alta prevalência, assumindo importância no contexto epidemiológico e de saúde pública. O presente trabalho tem por finalidade relatar um caso de persistência de megaesôfago chagásico, tratado previamente com cardiomiotomia de Heller laparoscópica e discutir o seu manejo cirúrgico robótico.

RELATO DE CASO

Paciente sexo masculino, 72 anos, tabagista inveterado e hipertenso em controle. Relata há 35 anos, disfagia e odinofagia progressiva. Após a realização de exame sorológico para chagas, videoendoscopia digestiva alta e radiografia de tórax, foi diagnosticado com megaesôfago chagásico. A conduta terapêutica realizada foi a cardiomiotomia de Heller videolaparoscópica. Relata há 2 anos quadro redicivante de disfagia progressiva de sólidos e posteriormente a líquidos. Devido ao quadro clínico, fora submetido a ré Heller robótico.

DISCUSSÃO

O diagnóstico do megaesôfago é dado pelo estudo radiológico que permite a classificação em graus: I, II e III (não avançado) e IV (avançado). A classificação em graus também auxilia na estratificação do tratamento: Grau I-tratamento clínico medicamentoso, Grau II e III-cardiomiotomia de Heller, Grau IV-esofagectomia. A cardiomiotomia de Heller possui, atualmente, uma alta eficácia por ser simples e conservadora. Entretanto, 6 a 25% podem apresentar uma recidiva da disfagia precocemente ou a longo prazo. São as principais causas de recidiva: refluxo gastroesofágico-responsável por 45% dos casos-, miotomia incompleta, migração da válvula para o tórax, má cicatrização/fibrose e progressão de megaesôfago classe IV. Na literatura, a definição do melhor tratamento para o megaesôfago recidivante é controversa. Vários estudos mostram que em pacientes em que a causa da recidiva foi miotomia incompleta pode ser tentada a remiotomia. O Heller Robótico quando comparado com a técnica laparoscópica, reduz de forma significativa as complicações intraoperatórias e aperfeiçoam os resultados operatórios. Este fato contribui para que novas recidivas sintomatológicas não ocorram. Afinal, a cirurgia robótica representa a fronteira tecnológica que revolucionou o manejo cirúrgico. Possui o potencial compensar os inconvenientes da técnica laparoscópica, tal como o grau de instrumentação, a visão 2D e a escala de movimento limitadas.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Luísa Freire Barcelos, Bárbara Alves Campos Ferreira, Geovana Thees Perillo Rodrigues, Eduardo Augusto Borges Primo, Vanessa Mahamed Rassi, Hortência Freire Barcelos, Paula Andreza Loures, Adilon Cardoso Filho