Dados do Trabalho


TÍTULO

CISTOADENOMA MUCINOSO DE RETROPERITONIO – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O cistodenoma retroperitoneal primário é um tumor raro, observado principalmente em mulheres com incidencia de 0,01-0,2% dentre as neoplasias retroperitoneias. Foi descrito pela primeira vez por Handfield-Jones em 1924, há aproximadamente 50 casos descritos. Classifica-se em: cistodenoma mucinoso benigno, cistoadenoma mucinoso limítrofe, cistoadenocarcinoma mucinoso maligno. A clínica geralmente é inespecífica, dificultando seu diagnóstico diferencial com outras massas retroperitoneais, isso torna os exames de imagem e conduta cirúrgica essenciais para diagnóstico e tratamento

RELATO DE CASO

Feminino, 36 anos, queixa de massa palpável em abdome e discreta dor em quadrante inferior esquerdo. Ultrassom: massa cística volumosa com aproximadamente 20 cm, compressão extrínseca da via urinária esquerda. Exames laboratorias: CEA: 4,75. TC de abdome total: massa cística em hemi-abdome esquerdo e deslocamento de estruturas. Ressonância magnética: confirma massa cística e sugere origem mesentérica. Paciente foi submetida a laparotomia. Exerese de cisto gigante foi realizada sem intercorrências. Anátomo-patológico: lesão cística arredondada pesando 303 gramas, medindo 11,1 cm com superfície externa acastanhada com áreas vinhosas. Aos cortes lesão cística uniloculada, paredes delgadas medindo até 0,1 cm de espessura, superfície externa esbranquiçada com áreas vinhosas, trabeculadas e conteúdo aquoso amarelado. Diagnóstico: Cistoadenoma mucinoso

DISCUSSÃO

A apresentação clínica de cistoadenoma retroperitonial normalmente é massa palpável assintomática ou com dor abdominal leve, pode estar associada a queixas gastrointestinais inespecíficas. A avaliação por exames de imagem consegue identificar a lesão cística, mas o diagnóstico só é estabelecido com exame histopatológico da peça cirúrgica. Dal Mo Yange colaboradores referem que, na análise microscópica, o cisto é revestido por uma única camada de células epiteliais colunares altas com citoplasma pálido e núcleos basais. Dentre os diagnósticos diferenciais tem-se linfangioma cístico, mesotelioma cístico, teratoma cístico, cisto de Mullerian, linfoncele e urinoma. Para Pennell TC a etiologia do cistoadenoma retroperitonial primário não é bem conhecida, porém como há semelhanças histológicas com cistadenoma mucinoso ovariano, uma hipótese é o crescimento a partir tecido ovariano ectópico. O diagnóstico precoce é importante devido ao seu potencial maligno. O tratamento preconizado é a ressecção cirúrgica para avaliação diagnóstica, embora, Chen JS e colaboradores referem que a aspiração seja um bom método para delinear a natureza do cisto, a análise citológica do fluido aspirado frequentemente não revela o tipo de células epiteliais que revestem o cisto. Na cirurgia deve-se atentar para a exérese completa do cisto com sua cápsula integra sendo a laparaotomia exploradora indicada para diagnóstico e tratamento. No caso relatado foi realizado laparotomia sem intercorrências com evolução pós-operatória favorável e alta em quatro dias.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

PUCPR - Paraná - Brasil

Autores

KAUANA OLIVEIRA GOUVEIA, VALERIA MIDORI GUTOSKI YUKI, Carlos Humberto Guilman TANIZAWA, GERALDO ALBERTO SEBBEN, Roberto PEREIRA DURSCKI, Marcos César DO Amaral PATRUNI, DANILO KEDROVSKI