Dados do Trabalho


TÍTULO

ANALISE DA PREVALENCIA DA TECNICA LAPAROSCOPICA NA CIRURGIA DE APENDICECTOMIA NO BRASIL ENTRE 2008 E 2018

OBJETIVO

O objetivo do trabalho é descrever quantitativamente o desenvolvimento da apendicectomia videolaparoscópica no Brasil em comparação com a apendicectomia aberta convencional, analisando a distribuição regional da prevalência dessa técnica cirúrgica. Considerando que a apendicectomia é uma das operações mais frequentes na emergência, a importância de analisar a evolução das técnicas cirúrgicas no Brasil motiva o estudo.

MÉTODO

Pesquisa retrospectiva com análise descritiva dos dados que avalia a prevalência da técnica laparoscópica na cirurgia de apendicectomia no Brasil entre 2008 e 2018, por meio da comparação entre a quantidade de internações nas cirurgias de apendicectomia por via aberta e por via laparoscópica. Dados coletados a partir do sistema DATASUS. Variáveis: quantidade de internações, valor médio de internação, número de óbitos e taxa mortalidade.

RESULTADOS

O estudo evidenciou um aumento significativo no número de internações para apendicectomia laparoscópica: de 880 em 2008 para 6.329 em 2018 – aumento de 719,2%; enquanto que o número de internações por apendicectomia aberta cresceu de 82.988, em 2008, para 109.156 em 2018 – aumento de 31,5%. Nesse período, foi levantado o número total de internações para cirurgia por via aberta (n: n1.101.890) e por via laparoscópica (n: 35.129), contatando que, apesar do aumento importante no número de apendicectomias laparoscópicas, a via aberta ainda é mais prevalente no país. Entre 2008 e 2018, a taxa de mortalidade da técnica laparoscópica foi inferior à técnica aberta – 0,08% e 0,27% respectivamente – e decrescente (de 0,23% em 2008 para 0,06% em 2018). Sobre a distribuição regional da técnica laparoscópica, a região Sul tem destaque, com 18.159 internações (51,7%), seguida pela região Sudeste com 11.895 internações (33,8%); contrastando com a região Norte, com apenas 330 (0,93%). Contudo, quando se analisa a taxa de mortalidade por região, nesse período, apesar da região Norte registrar a menor concentração de internações por apendicectomia videolaparoscópica, é a região com maior taxa de mortalidade (0,30%); enquanto que a região Sul apresentou a menor taxa (0,05%). Em última análise, o custo médio de internações, a apendicectomia aberta teve uma discreta vantagem (R$ 569,63) em comparação com o custo da laparoscópica (R$ 617,22).

CONCLUSÕES

A crescente da laparoscopia como opção de tratamento cirúrgico de apendicectomia no Brasil evidencia tanto os benefícios da técnica minimamente invasiva, quanto o aumento do domínio do procedimento por parte dos cirurgiões – principalmente analisando a taxa de mortalidade decrescente da abordagem por via laparoscópica. Contudo, a via aberta, apesar de um crescimento discreto em comparação a apendicectomia laparoscópica, ainda é mais prevalente. Com base nos dados analisados, principalmente na disparidade Norte e Sul, infere-se que o redirecionamento de investimentos em tecnologia de saúde ainda se faz necessário para equiparar a qualidade do atendimento cirúrgico no país.

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

UFBA - Bahia - Brasil

Autores

Katharina Andrade de Oliveira , Tainara Santos Gomes , Vitoria Rodriguez de Pamela Barroso Aguiar