Dados do Trabalho


TÍTULO

O benefício da toxina botulínica do tipo A para correção de ptose palpebral leve – relato de caso clínico

INTRODUÇÃO

A ptose palpebral ou blefaroptose é caracterizada pela incapacidade da pálpebra superior realizar sua cursão normal, por uma disfunção congênita ou adquirida. O posicionamento normal da pálpebra superior recobre o limbo da íris em 1 a 2 mm. Posições abaixo deste ponto classificam a ptose palpebral em leve (2-4 mm), moderada (4-6 mm) e grave (maior do que 6 mm).
O tratamento definitivo é realizado por meio cirúrgico e varia conforme o grau de ptose apresentada pelo paciente. Alguns procedimentos minimamente invasivos podem ser realizados com objetivo de amenizar o quadro clínico. Dessa forma, este estudo tem como objetivo demostrar o benefício da toxina botulínica do tipo A no tratamento de correção de ptose palpebral leve.

RELATO DE CASO

Paciente, L.N., 26 anos, sexo feminino, com hipotireoidismo, em uso de Levoid 75 mcg/dia, procurou consultório particular de cirurgia plástica com queixas de ptose palpebral e assimetria de sobrancelhas. Referia quadro de ptose desde a infância. Ao exame físico evidenciava-se uma redução de fenda palpebral a esquerda com ptose leve (2mm) além de uma assimetria significativa de sobrancelhas. Paciente desejava tratamento estético minimamente invasivo para correção do quadro clínico. Para tanto, foi realizado tratamento com toxina botulínica na região frontal com um total de 25 UI divididos em pontos devidamente posicionados conforme a presença de rugas de expressão. Não foram inseridos pontos na região temporal. Na região frontal direita foi realizado um total de 14,5 UI e na região frontal esquerda 10,5 UI. Em 15 dias, a paciente evoluiu com melhora satisfatória do quadro, com regressão de assimetria de sobrancelha e abertura da fenda palpebral esquerda. A cada 6 meses, a paciente retorna ao consultório para realizar novas aplicações estando satisfeita com o resultado obtido.

DISCUSSÃO

A base patológica da ptose palpebral congênita está relacionada à deficiência das fibras musculares estriadas do levantador. O caso apresentado retrata uma paciente com ptose palpebral congênita leve com assimetria de sobrancelhas que desejava um tratamento minimamente invasivo. Portanto, os autores desse estudo utilizaram a toxina botulínica tipo A como opção terapêutica na região frontal. O objetivo foi utilizar na mesma região dosagens diferentes com a finalidade de proporcionar um equilíbrio entre as sobrancelhas e ao mesmo tempo obter um ganho secundário com hiperatividade da região temporal levando a um arqueamento da porção caudal da sobrancelha, gerando um aumento da fenda palpebral. Pacientes que apresentam quadros moderados ou graves pouco se beneficiarão com o uso da toxina, em decorrência da melhora discreta , sendo o tratamento cirúrgico melhor indicado nessas situações. Portanto, os autores concluem que o uso da toxina botulínica em pacientes com ptose palpebral leve é um aliado que apesar de gerar resultado temporário permite resultado satisfatório quando devidamente bem aplicado.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

FAMAZ - Pará - Brasil

Autores

Artur dos Santos Soares, Gabriel dos Santos Soares, Daniel Augusto dos Santos Soares