Dados do Trabalho
TÍTULO
FISTULA UTERO-CUTANEA TRATADA POR VIA LAPAROSCOPICA
INTRODUÇÃO
A fístula útero-cutânea é rara e trata-se de uma comunicação anormal entre a pele e o útero. A maioria se desenvolvem, secundariamente, a distúrbios pós-parto ou pós-operatórios. Outras causas são dispositivos intrauterinos, endometriose, tuberculose, doença de Crohn, diverticulite, apendicite complicada, neoplasias infiltrativas pélvicas, radiação. Uma das manifestações clínicas mais relevantes é o sangramento menstrual através da ferida cirúrgica abdominal. Para o diagnóstico é essencial demonstrar o trajeto da fístula, o qual pode ser conseguido através da combinação do fistulograma com contraste ou outros métodos de imagem, como histerossalpingografia, ultrassonografia transvaginal ou transabdominal pélvica, tomografia computadorizada e ressonância magnética facilitam e melhoram o diagnóstico definitivo. Uma vez diagnosticada a fístula, o princípio do tratamento é a obliteração da abertura do trato fistuloso, por excisão cirúrgica e reparo uterino. Objetivou-se através desse vídeo apresentar passos técnicos da exérese cirúrgica pela via laparoscópica.
DESCRIÇÃO DO VÍDEO
Após a colocação dos trocáteres sob visão direta realizou-se pneumoperitônio, fez-se o inventário da cavidade abdominal, sendo verificado aderência do grande omento na linha de sutura peritoneal, do qual foram liberadas as aderências até a localização do trajeto fistuloso. No ato cirúrgico, é importante ter o cuidado para não lesar a bexiga urinária e alças intestinais. Depois de liberado todas aderências do grande omento com o útero, verifica-se a aderência do útero com a parede abdominal. Após a liberação das aderências, injeta-se azul de metileno para mostrar o trajeto da fístula. Realizou-se a excisão da fístula, lavagem e aspiração da cavidade e o reparo uterino. A paciente evoluiu satisfatoriamente após seis meses da cirurgia, sem recidiva.
CONCLUSÃO
A fístula útero-cutânea tem incidência menor que 0,4%, geralmente resulta no período pós-parto. A maioria das fístulas tem origem em trauma, ou algum outro tipo de processo inflamatório que perturba a continuidade dos tecidos envolvidos, sendo a cesárea a causa mais frequente. A história abdominal de múltiplas cirurgias, uso de drenos, fechamento incompleto da ferida uterina seguintes a cesariana e sepse intra-abdominal na cicatriz anterior representam possíveis fatores de risco. Após o diagnóstico e a excisão cirúrgica o fechamento completo da ferida uterina deve ser feito com fio absorvível.
Área
GINECOLOGIA
Instituições
Universidade Tiradentes - Sergipe - Brasil
Autores
Larissa Gonçalves Moreira, Durval Jose de Santana Neto, Manuelli Antunes da Silva, Renata Lima Batalha de Andrade, Sonia Oliveira Lima