Dados do Trabalho


TÍTULO

Leiomioma esofágico - Ressecção endoscópica em mulher de 68 anos de idade

INTRODUÇÃO

Tumores benignos do esôfago são incomuns e representam menos de 1% das neoplasias esofágicas. O leiomioma é o mais comum dentre estes. Mais frequente em homens, com idade variável entre 3ª e 5ª década. O local mais comum é o terço inferior do esôfago. Origina-se da camada muscular própria ou da muscular da mucosa. Apresenta-se assintomático ou com disfagia, pirose e perda de peso. O diagnóstico confirmatório é com ecoendoscopia. A endoscopia digestiva alta é indicada para retirada de tumores da mucosa e muscular da mucosa com até quatro centímetros.​O tratamento baseia-se na ressecção cirúrgica ou acompanhamento nos assintomáticos, benignos e menores que cinco centímetros. O tratamento indica-se pela localização, tamanho, taxa de crescimento, estado clínico e comorbidades. Atualmente, a ressecção é por toracoscopia. A via endoscópica também é utilizada. Este método é reservado apenas para leiomioma de origem na muscular da mucosa. O presente caso apresenta uma lesão esofágica ressecada por endoscopia.

RELATO DE CASO

Mulher branca, 68 anos etários, hipertensa e diabética, com epigastralgia esporádica em queimação há seis meses, perda ponderal de 18kg, disfagia, plenitude pós-prandial e vômitos esporádicos atendida no Hospital das Forças Armadas. Exame físico evidenciou língua geográfica e exames laboratoriais com alterações em glicemia de jejum. EDA apresentou a 25 cm da arcada dentária superior lesão submucosa elevada, de contornos regulares e lisos, com mucosa normal, com 1,5 cm, além de erosão linear em transição esôfago-gástrica única, inferior a 5mm e hérnia hiatal. O histopatológico de biópsia concluiu proliferação fusocelular de baixo grau na mucosa esofágica, compatíveis com leiomioma e presença de H. pylori. Ecoendoscopia demonstrou lesão subepitelial de esôfago proximal, com imagem hipoecogênica e homogênea originária e restrita à camada muscular da mucosa medindo 7,5 por 2,0 mm, compatível com leiomioma. Exame imunohistoquímico apresentou resultado positivo reacional para os anticorpos Actina de músculo liso 1A4 e Ki-67, revelando achados morfológicos e imunoistoquímicos próprios de leiomioma. Após acompanhamento avaliando evolução do quadro e tratamento clínico, foi realizado terapêutica por via endoscópica devido persistência e potencialização sintomatológica. Após a polipectomia da lesão esofagiana, nova EDA e anatomopatológico de controle em 3 meses não evidenciaram lesão esofágica. Permaneceu em seguimento ambulatorial e tratamento clínico.

DISCUSSÃO

Aqui, o leiomioma esofagiano apresentou-se em mulher de 68 anos de idade, em terço proximal do esôfago, discordando do habitual descrito na literatura. A EDA evidenciou lesão de contornos regulares e lisos, de aproximadamente 1,5 cm. A ecoendoscopia demonstrou lesão restrita à camada muscular da mucosa. A biópsia descreveu achados microscópicos compatíveis com leiomioma. Apesar das controvérsias, a EDA foi utilizada para a ressecção com sucesso.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Hospital das Forças Armadas - Distrito Federal - Brasil

Autores

Phylipe Augusto Oliveira, Wendel Santos Furtado, Winne Noleto Martins, Carine Avello Matos, Guilherme Menezes Andrade Filho, João Marcos Monteiro Ramos, José Miguel Silva Maciel Junior