Dados do Trabalho


TÍTULO

ABORDAGEM TERAPEUTICA DO TRAUMA HEPATICO. RELATO DE CASO.

INTRODUÇÃO

Ocupando grande parte do quadrante superior direito do abdômen, o fígado é depois do baço, a víscera mais frequentemente acometida no trauma abdominal fechado; no trauma penetrante ocupa o primeiro lugar em ferimentos por arma branca e o terceiro em ferimentos por projetil de arma de fogo. Estes fatos exigem o conhecimento das opções terapêuticas para o manejo das lesões hepáticas e as associadas decorrentes de trauma por parte das equipes cirúrgicas.

RELATO DE CASO

Masculino de 23 anos vítima de evento de transito admitido no nosso serviço apresentando murmúrio vesicular diminuído em hemitorax à direita, PA 60/40 mmHg, FC 128 bpm, sem evidência de hemorragia externa, pelve estável, FAST positivo em todas as janelas com exceção de janela pericárdica, Glasgow 14, sinais de trauma torácico à direita. Realizada Drenagem de Hemitorax Direito, saída de ar e 400 ml de sangue, administrado 500 ml de solução de Ringer Lactato e 500 ml de Soro Fisiológico aquecido, ativado protocolo de transfusão maciça, Radiografia de tórax e pelve em sala de trauma sem grandes comemorativos, Gasometria: pH 7,23; BE -12,1; Lactato 9,0; Hb 7,5.
Tomografia computadorizada evidenciou extensa laceração do parênquima hepático, envolvendo principalmente o segmento IV, transecção da artéria hepática esquerda e do ramo portal esquerdo, sem opacificação da veia hepática esquerda, com extravasamento ativo do contraste.
Laparotomia exploradora com presença de +/- 2,5 litros de sangue em cavidade, laceração profunda em topografia de inserção de ligamento falciforme, amputação quase total de segmento II e IIII e hemorragia ativa em área cruenta. Optado por realizar hepatectomia esquerda, ligadura vascular, packing e peritoniostomia vácuo.
Manteve estabilidade hemodinâmica nas primeiras horas do pós-operatório, apresentando nova instabilidade em menos de 12 horas, sendo indicada nova abordagem, onde foi constatado novo ponto de hemorragia ativa em área cruenta; realizada sutura hemostática com vicryl 2.0 e fulguração com bisturi plasma de argônio.
Nova abordagem 48 horas após, sem evidência de hemorragia; foi locado dreno J-VAC e realizado fechamento de cavidade.
Paciente evoluiu favoravelmente, recebendo alta da UTI 11 dias após internação, com posterior alta hospitalar.

DISCUSSÃO

Segundo a classificação do trauma hepático da AAST, a maioria dos traumas hepáticos corresponde aos graus I-II-III, a maioria pode ser manejada por tratamento não operatório; considerando que os grãos IV-V-VI provavelmente precisaram de cirurgia para controle das lesões correspondentes. Packing hepático, hepatorrafia, manobra de Pringle, tamponamento com balão, selantes de fibrina, ressecções hepáticas até transplante hepático aparecem descritas na literatura e poderão ser realizadas no controle das lesões hepáticas que as demandem.

Área

TRAUMA

Instituições

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - São Paulo - Brasil

Autores

CRISTHIAN JAILLITA MENESES, NATÁLIA DALSENTER AVILEZ, HALINE SOUSA BATISTOTI, ALCIR ESCOCIA DORIGATTI, VÍTOR FAVALI KRUGER, JOSE BENEDITO BORTOTO, GUSTAVO PEREIRA FRAGA, ELCIO SHIYOITI HIRANO