Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR DE PANCREAS EM CRIANÇA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Extremamente raras na infância, as neoplasias pancreáticas são predominantemente do tipo neuroendócrino, o pancreatoblastoma é o menos comum desses tumores. A sobrevivência em 5 anos gira em torno de 77%, sendo maior que os subtipos neuroendócrino e epitelial. O objetivo deste trabalho é o relato de caso de tumor de pâncreas em criança, do tipo pancreatoblastoma, apresentando o quadro clínico e manejo do paciente.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 5 anos de idade, com história de prurido corporal há 1 mês. Após dez dias, evoluiu com icterícia e colúria. Desde o início dos sintomas até a admissão hospitalar não apresentou acolia, dor abdominal ou febre. Não houve flutuação do quadro de icterícia. O paciente apresentava-se hígido, não usava medicações e não possuía antecedentes mórbidos relacionados. Ao exame físico, estava em bom estado geral, ictérico (+3/+4), a vesícula biliar era palpável, porém indolor. Exames laboratoriais mostravam ausência de hemoglobinopatias, sorologias negativas para hepatites, enzimas canaliculares e transaminases aumentadas, hiperbilirrubinemia às custas de fração direta. Em colangioressonância, a lesão era ovalada, localizada em processo uncinado do pâncreas, de aproximadamente 2x2x2cm, em íntimo contato com artéria mesentérica superior e veia porta, porém sem sinais de invasão. Diante dos resultados sugestivos de neoplasia pancreática, optou-se por laparotomia exploradora com biópsia de congelação e, de acordo com os achados intra-operatórios, foi realizada Gastroduodenopancreatectomia, cirurgia de Whipple. No pós-operatório, o paciente evoluiu de forma favorável, permaneceu apenas 1 dia em UTI tendo alta para a enfermaria. Permaneceu afebril aos controles e, no 7º PO, a amilase do dreno que veio negativa. No 8º PO, iniciou-se dieta via oral e retirada do dreno, sendo liberado de alta hospitalar no 14º PO.

DISCUSSÃO

O pancreatoblastoma é uma neoplasia rara, com literatura escassa, descrito pela primeira vez por Becker em 1957. Assim como o caso relatado, tem maior incidência até a primeira década de vida, com mediana de 5,5 anos. É um tumor originário das células exócrinas epiteliais, comumente localizado na cabeça do pâncreas. Apresenta crescimento lento, chega a ter mediana de 10,6 cm de comprimento - o dobro de outros tumores pancreáticos da infância -, cursa com sinais e sintomas relacionados à sua localização e tamanho. A maior parte das metástases são hepáticas e o diagnóstico pode ser suspeitado por exames de imagem, entretanto, a confirmação é por exame histopatológico. A ressecção cirúrgica completa é curativa e recomendada como tratamento.

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP - São Paulo - Brasil

Autores

Tarcísio Júnior Bittencourt Macedo, Wellen Cristina Canesin, Leila Rodriguez Martins, Solange Natalia Seibert, Luís Eduardo Ricci Camperoni, Flávio de Oliveira Pileggi, Fábio Antonio Perecim Volpe, Lourenço Sbragia Neto